quinta-feira, 8 de setembro de 2016

POLÍCIA REVELA DETALHES DA MORTE DE JORNALISTA PARAIBANO EM TOCANTINS

Em coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira (08/09) os delegados da Polícia Civil de Palmas/TO, Jéter Aires Rodrigues e Vinicius Mendes de Oliveira revelaram detalhes sobre o crime de latrocínio, roubo seguido de morte, cometido pelos envolvidos na morte do jornalista Francisco Mateus Júnior.

O corpo de Mateus foi encontrado às 22h05 da noite de ontem, 07, na zona rural do município de Lajeado.
Ele estava desaparecido desde  sábado, 03.

As investigações contaram ainda com a participação da delegada Liliane Albuquerque, da Delegacia de Investigações Criminais (Deic).
O suspeito identificado como Bráulio Breendon Gonçalves Alencar, de 24 anos, foi reconhecido por um policial civil em um posto do município de Nova Rosalândia, ontem por volta das 20h00, e teria confessado ter assassinado Mateus Júnior.
Logo após a prisão, o suspeito levou os delegados responsáveis pela investigação até o local onde deixou o corpo do jornalista, que estava coberto com vegetação, com os pés amarrados e também amordaçado.
Além de Bráulio, foram presos Jackelyne Cleia Araújo Dutra, de 19 anos, namorada de Bráulio, que estava na casa do jornalista e acompanhou o namorado até a cidade de Porangatu (GO), onde o carro de Mateus foi deixado para despistar a polícia; Thiago Cruz Alencar, de 24 anos, que estava no local do crime e era o proprietário de uma arma usada para ameaçar o jornalista; e Diego Rodrigues dos Santos, de 20 anos, que abrigou em Nova Rosalândia os envolvidos no crime.
Segundo informações dos delegados, apenas Jackelyne não tinha passagem pela polícia.
Os demais possuem histórico de envolvimento com tráfico de drogas, roubo e furto. 
Segundo o depoimento dos envolvidos, o crime foi motivado por roubo, sem a intenção inicial de matar, e de todos apenas Bráulio já conhecia Mateus.
Ambos estavam bebendo em um bar na região Norte da Capital, na noite de sexta, 02, e depois foram para a casa do jornalista, levando outros amigos de Bráulio.
Cinco pessoas participaram de uma festa na residência de Mateus. “A vítima o chamou para confraternizar em seu imóvel. Antes disso, estavam bebendo em um bar com outros amigos e teriam todos ido para a casa da vítima. Ao adentrarem ao imóvel, as pessoas estranhas à convivência do jornalista, teriam notado que ele possuía um padrão de vida bom e, por serem pessoas que possuem antecedentes criminais, teriam conversado e acertado a prática de um roubo”, contou o delegado Vinícius.
Segundo o delegado, nos relatos o crime ocorreu entre às 6h00 e 8h00 do sábado, 3.
“Entre 3h00 e 5h00 teriam ido na casa da vítima. O crime teria ocorrido entre 6h e 8h da manhã. Todos falaram que a intenção era o roubo. Os elementos chegaram, viram a casa bem localizada, uma casa com área de lazer, com piscina, bem organizada e isso teria levado à ganância, a acreditarem que no local houvesse um cofre, que pudesse gerar algum proveito financeiro vantajoso a eles”.
Os suspeitos usaram uma arma de fogo para render o jornalista e o amarraram em seguida. “Eles renderam, amarraram e torturam a vítima psicologicamente para que ela falasse onde estava o cofre, joias ou objetos de valor no imóvel. Por não ter nenhum recurso em casa ou objeto de valor que pudesse interessar os indivíduos, a vítima não teria conseguido conter o ânimo deles”, contou Vinícius.
Ainda conforme o depoimento dos suspeitos, Mateus teria pedido por socorro e por isso teve a boca amordaçada.
“Em determinado momento, segundo contam os acusados, a vítima teria se exaltado e clamado por socorro e eles teriam então amordaçado a vítima. Segundo os próprios acusados narraram, a vítima possuía problemas respiratórios de asma e antes de ser amordaçado estava recebendo a medicação de 5 em 5 minutos. Após ser amordaçado, ele parou de receber a medicação, oportunidade em que eles afirmam que a vítima teria desfalecido”, informou.
Os delegados apontaram que o corpo do jornalista teria sido levado para Lajeado por volta das 9h00.
“Eles teriam colocado a vítima no bagageiro de um dos veículos dos infratores e teriam levado até a zona rural de Lajeado, local onde teriam desovado o corpo e ocultado o mesmo. Pegaram parte da vegetação para cobrir o corpo e tentar esconder, para que ele não fosse encontrado. Ele estava a cerca de sete quilômetros da entrada da cidade”.
A polícia afirmou que ainda não é possível confirmar a causa da morte, em função do estado em que o corpo do jornalista foi encontrado. O resultado do laudo médico deve ser concluído em 10 dias.
HOMOFOBIA É NEGADA
Ao serem questionados pela polícia sobre os motivos do crime, os envolvidos negaram qualquer relação com crime de ódio ou homofobia.
“Eles disseram que foram lá mesmo para se divertir. Neste dia não houve nenhuma relação”, destacou o delegado Vinicius.
Entre os objetos roubados foram levadas camisetas, alimentos e uma televisão.
O cartão da conta bancária, também levado, não foi utilizado. “Averiguamos não houve movimentação bancária na conta da vítima. Inclusive o último indivíduo que ouvimos falou que parte da carne que levaram foi utilizada para fazer churrasco na casa onde eles estavam escondidos em Nova Rosalândia”, informou o delegado.
PRISÃO TEMPORÁRIA
Segundo os delegados, há suspeita que a casa em Nova Rosalândia, onde ocorreram as prisões, estava sendo utilizando para venda de entorpecentes, e onde a polícia encontrou ainda maconha e duas armas de fogo.
Foi pedida a prisão temporária de quatro pessoas que participaram da festa na casa do jornalista, sendo que um deles ainda está foragido.
“Encontramos 500 gramas de maconha e duas armas de fogo, sendo uma delas utilizada no crime. Identificamos a participação de outro elemento que evadiu do local. Já estamos diligenciando para capturá-lo. O nome dele é Ronivon Pereira da Silva e já possui mandado em aberto da comarca de Porto Nacional”, informou o delegado Vinicius.
(T1 Notícias)

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