O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), destituiu Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF na quinta-feira (15/05) por entender ser inválida uma assinatura no acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que o manteve no cargo, no começo do ano.
A defesa do dirigente já recorreu ao
próprio STF para tentar anular a nova decisão.
Entre idas e vindas, Ednaldo ocupou a
presidência da CBF ao longo de quase quatro anos, iniciados em 2021, de forma
interina, após outro ex-presidente ser afastado, Rogério Caboclo.
Veja na linha do tempo abaixo a
trajetória de Ednaldo como dirigente e os principais fatos de seu mandato na
CBF.
1993: Ednaldo entrou
na Federação Bahiana de Futebol (FBF) como diretor de futebol intermunicipal.
Na entidade ele também foi chefe da
Diretoria de Futebol e da Diretoria de Registros e Transferências;
2001: O dirigente foi
eleito presidente da FBF pela primeira vez. Ao todo, foram 18 anos como
dirigente maior do futebol na Bahia;
2018: Ednaldo deixou a
cadeira de presidente da federação de seu estado para assumir como
vice-presidência da CBF;
2021: Após o
afastamento do então presidente Rogério Caboclo, acusado de assédio sexual e
moral por uma funcionária da CBF, Ednaldo foi escolhido pelo Conselho de
Administração da CBF para presidir a entidade de forma interina;
2022: Em março daquele
ano, a Assembleia Geral Eleitoral da CBF elegeu Ednaldo para presidente da CBF,
em um mandato até 2026;
Dezembro de 2023: O Tribunal de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro destituiu Ednaldo Rodrigues da presidência
da CBF, por considerar invalido um termo de ajustamento de conduta, celebrado
em 2022 entre o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Confederação
Brasileira de Futebol.
O termo alterava as regras para as
eleições de presidente da CBF, que vinham sendo questionadas desde 2017 pelo
MP.
Ednaldo Rodrigues, então interino, venceu
a eleição, que, nessa ocasião, foi anulada; José Perdiz, presidente do STJD, é
nomeado interventor e uma nova eleição é convocada.
Janeiro de 2025: O MPRJ aceitou o
acordo que reconheceu a legitimidade da eleição vencida por Ednaldo Rodrigues.
A ação indicava o fim da manifestação
contra a CBF;
Fevereiro de 2025: O Supremo
Tribunal Federal (STF) legitimou a eleição de 2022, que conduziu Ednaldo à
presidência da Confederação Brasileira de Futebol.
A decisão garantia a permanência do
dirigente na presidência até o fim do mandato, em 2026;
Março de 2025: Ednaldo
Rodrigues foi reeleito presidente da Confederação Brasileira de Futebol, em uma
eleição antecipada pelo próprio dirigente.
Candidato único no pleito, Ednaldo foi
eleito por aclamação, quando representantes de todas as federações do país e os
times das séries A e B votaram a favor de Ednaldo, algo inédito na história da
CBF;
Abril de 2025: A deputada
Daniela do Waguinho (União-RJ), ex-ministra do Turismo, pediu ao STF o
“afastamento imediato” de Ednaldo da presidência da confederação.
A parlamentar alegou que a assinatura de
uma das partes do acordo que encerrou a longa disputa judicial em 2022 não foi
realizada de forma livre e consciente.
Daniela contestou a autenticidade da
assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como Coronel Nunes,
ex-presidente da entidade e vice de Ednaldo no último mandato.
Segundo ela, ainda em 2023, já existia
laudo médico apontando que Coronel Nunes “não tinha as condições físicas e
cognitivas para expor seu aceite a qualquer condição que lhe fosse apresentada”.
Nunes foi diagnosticado com um câncer no
cérebro em 2018;
7 de maio de 2025: O ministro
Gilmar Mendes, do STF, rejeitou o pedido para afastar Ednaldo da presidência da
CBF.
Na decisão, o ministro também determinou
que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro apurasse as alegações de assinatura
falsa;
15 de maio de 2025: O desembargador
Gabriel de Oliveira Zéfiro, do TJ-RJ, destituiu Ednaldo Rodrigues da
presidência da CBF.
No final da noite de quinta, Ednaldo
Rodrigues pediu ao STF a anulação da decisão do Tribunal de Justiça do Rio.
O interventor Fernando Sarney já tomou
posse e disse que vai convocar uma nova eleição no menor prazo possível.
Segundo ele, a situação atual da CBF nada
muda na contratação do novo técnico da seleção, o italiano Carlo Ancelotti,
anunciado por Ednaldo no início da semana.
Da Bahia à CBF
Nascido em janeiro de 1954, na cidade de
Vitória da Conquista, na Bahia, Ednaldo Rodrigues foi jogador de futebol amador
antes de entrar na Faculdade Visconde de Cairu, em Salvador.
Lá, ele se formou em Ciências Contábeis,
em 1991.
Na gestão do futebol, seus primeiros
passos foram na Federação Bahiana de Futebol, onde foi diretor entre 1993 e
2000.
Ele ocupou os cargos de diretor de Futebol
Intermunicipal, chefe da Diretoria de Futebol e da Diretoria de Registros e
Transferências.
Sua influência no mundo da bola aumentou
depois que se tornou presidente da federação baiana em 2001.
Ao todo, foram 18 anos como dirigente
maior do futebol na Bahia.
(Por Raoni Alves, g1 Rio)
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