A Justiça da Paraíba mandou bloquear o
acesso de Hytalo Santos às redes sociais e também proibiu o influenciador de
ter contato com menores de idade citados no processo que o investiga pela
exposição dos menores em vídeos com conteúdo sexual.
A decisão é em caráter provisório.
O pedido foi feito pelo Ministério Público
da Paraíba, em uma ação civil pública.
Na ação, além dos dois pedidos, a
promotora Ana Maria França solicita também que os vídeos de Hytalo que já estão
no ar em diversas redes sociais sejam desmonetizados, ou seja, não possam dar
retorno financeiro para o influenciador paraibano.
A Justiça também acatou o pedido para
desmonetizar os conteúdos.
A ação civil pública é assinada por uma
das promotoras que investigam o caso, Ana Maria França, que responde pela
promotoria da cidade da cidade de Bayeux.
Uma outra investigação, feita pelo
promotor de João Pessoa, também segue em curso e informou que o relatório do
inquérito vai ser finalizado na próxima semana.
Para o g1, o MP confirmou que Hytalo
Santos foi ouvido, em Bayeux, em 30 de maio de 2025, neste braço do processo.
As vítimas, "por questões de evitar
revitimização", não foram ouvidas, porque já tinham sido interrogadas no
processo em João Pessoa.
O promotor João Arlindo, da promotoria da
capital, disse que o influenciador também foi ouvido no outro braço do processo
e que ele negou as acusações.
Desde a sexta-feira (08/08), a conta do
influenciador no Instagram está fora do ar, após o humorista Felca ter
denunciado suposta exploração de menores de idade feita pelo paraibano.
Ainda conforme o MP, o órgão não foi
responsável inicial pela suspensão da conta do influenciador, mas, após o
ocorrido, solicitou que a medida fosse mantida e ampliada para outras redes
sociais.
O g1 entrou em contato com a Meta, empresa
responsável pelo Instagram, e questionou sobre a decisão judicial.
A empresa ainda não respondeu até a última
atualização dessa matéria.
A reportagem também entrou em contato com
o Google, dono do YouTube, que informou por meio de assessoria que a empresa
não foi intimada sobre a decisão, mas já vem tomando uma série de medidas
relacionadas ao canal do influenciador, entre elas a desmonetização total dos
vídeos e também removação de conteúdos específicos que feriram as diretrizes da
plataforma.
Os vídeos do canal de Hytalo no YouTube
atualmente são restritos para maiores de idade.
O TikTok informou, em nota, que um perfil
do influenciador foi banido em 2025 pela segunda vez, já que em 2023 uma outra
conta foi retirada do ar.
A empresa não forneceu mais detalhes.
A reportagem entrou em contato com a
defesa de Hytalo Santos, que não respondeu até a última atualização dessa
reportagem.
A conta de Kamylinha Santos, de 17 anos,
que participa dos vídeos do Hytalo Santos, também foi desativada, segundo a
Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda. Em nota, a
secretaria informou que o motivo do bloqueio foi por se tratar de uma menor de
idade fazendo publicidade de casas de aposta.
No vídeo da denúncia do influenciador
Felca, ela aparece como um dos principais exemplos de adultização e
sexualização de menores.
A influenciadora começou a gravar com
Hytalo Santos vídeos de dança quando ainda era criança e foi adotada por ele
aos 12 anos.
O influenciador paraibano Hytalo Santos
dava celulares, pagava aluguel de casas e também a mensalidade de colégios para
familiares de menores que apareciam em 'reality' nas redes sociais.
Ao g1, um dos promotores do caso, João
Arlindo Côrrea, informou que o MP investiga um possível esquema de benefícios
para familiares dos menores em troca de emancipação dos adolescentes que
participavam desses vídeos.
Essa possibilidade foi levantada a partir
de depoimentos durante o processo.
"O que ele fazia não
necessariamente era em relação a criança. 'Olha, o senhor emancipa o
adolescente que eu vou custear o colégio da pessoa, etc', não. Mas, por
exemplo, há informes de que ele dava iPhones, alugava casa (para os
familiares)...", ressaltou.
O promotor explicou também que a
investigação tenta descobrir se existe alguma relação entre os “presentes” e o
fato de alguns adolescentes terem conseguido a emancipação para aparecer nos
vídeos.
Mas, segundo ele, fazer essa conexão é
"difícil", principalmente devido à anuência dos responsáveis.
Conforme o promotor, cerca de 17
adolescentes menores de idade participam desses vídeos produzidos por Hytalo
Santos.
O promotor disse que conseguiu ouvir
grande parte deles durante o processo e que os ouvidos eram todos emancipados.
O MP também investiga os pais dos
adolescentes que apareciam nos vídeos de Hytalo Santos.
Segundo a promotoria, os responsáveis
podem ter se omitido na proteção dos filhos, o que, caso as denúncias sejam
confirmadas, pode configurar responsabilidade pela exposição indevida e pelos
danos causados aos menores.
(g1 PB)
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