O desembargador federal Marcus Vinicius Reis Bastos negou o pedido de liberdade feito pela defesa do empresário de Rondônia, Bruno Mendes de Jesus, preso com 103 quilos de ouro em Roraima.
A decisão mantém o investigado na
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, o maior presídio do estado.
No entendimento do magistrado, a prisão
preventiva decretada da audiência de custódia foi "destinada a evitar o
cometimento de novos crimes" e que, caso desse liberdade a ele, "geraria
verdadeira descrédito do Poder Judiciário perante a sociedade".
"Salvo conduto neste momento
geraria verdadeira descrédito do Poder Judiciário perante a sociedade,
configurando nefasto estímulo para que outros indivíduos se sintam à vontade
para praticar crimes da mesma natureza com a certeza da impunidade",
cita trecho da decisão.
Ao pedir a liberdade, a defesa alegou que
Bruno era responsável pelo sustento da família e que a esposa, a blogueira Suzy
Alencar, estava desempregada.
No entanto, o juiz entendeu que as
"condições pessoais" de Bruno não eram motivos para suspender a
prisão preventiva.
"Observo, ainda, que as condições
pessoais do Paciente não constituem impedimento à decretação de sua custódia
preventiva. Importa considerar as razões postas para a decretação da medida, as
quais revelam-se suficientes".
O juiz também destacou o tamanho da
apreensão do ouro, histórica para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), sendo a
maior já feita no Brasil.
"Não se pode conceber como natural
o transporte de elevadíssimo montante de minério, especialmente em regiões
alcançadas por terras indígenas, que continuam a serem saqueadas por criminosos".
PRISÃO EM FLAGRANTE
Bruno Mendes dirigia a uma Hilux ano 2024,
quando foi parado pela PRF na altura da ponte dos Macuxis, na BR-401, por volta
de meio-dia. No veículo também estavam a esposa e o filho do casal, um bebê de
9 meses.
Agentes suspeitaram de inconsistências na
documentação apresentada por Bruno e decidiram fazer uma busca mais detalhada.
Foi então que localizaram as barras de
ouro escondidas parte no painel e em outros compartimentos do carro.
Ele trabalha com construção civil e
"grandes obras", segundo a PRF.
Levado à Polícia Federal, Bruno ficou
calado.
Natural de Rondônia, ele tem uma empresa
varejista de artigos de vestuário e acessórios.
Quando foi abordado pela PRF, disse ser
fiscal de obras e afirmou que havia saído de Manaus para verificar uma
construção, mas não soube informar o nome ou o endereço da obra que seria
fiscalizada.
Ao chegar à PF, não disse mais nada.
Ele foi acompanhado por dois advogados
desde o momento da abordagem até o procedimento na polícia.
A defesa de Bruno informou em nota que ele
é um "trabalhador que, como milhares de brasileiros, atua em atividades
relacionadas ao setor mineral, que embora possam se desenvolver em áreas de
tensão regulatória, são, para muitos, meio de subsistência e única alternativa
de sobrevivência".
Na audiência de custódia, nesta
terça-feira (05), o juiz autorizou a quebra de sigilo telefônico de Bruno.
Com isso, a PF terá acesso aos dados do
celular e deve aprofundar as investigações.
Além disso, o ouro deve passar por perícia
e análises que determinam a origem.
O caso tramita na 4ª Vara Federal Criminal
em Roraima.
(por g1 RR)
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