terça-feira, 11 de novembro de 2014

VEREADOR DIZ QUE PREFEITO ROMERO PRECISA URGENTEMENTE COMEÇAR A GOVERNAR. OLÍMPIO OLIVEIRA É O ENTREVISTADO DA SEMANA NO RENATODINIZ.COM

O ENTREVISTADO DA SEMANA É O VEREADOR CAMPINENSE OLÍMPIO OLIVEIRA, 50 anos, casado e natural de Santo André (antes distrito de Gurjão), no Cariri paraibano.
Formado em Direito, Olímpio é delegado de polícia, onde entrou por concurso público em 1988.
Iniciou como Delegado Operacional da “Operação Manzuá” em Campina Grande. 
Não demorou e foi nomeado Delegado de Roubos e Furtos, em seguida Coordenador Administrativo da 2ª SRPC.
No ano de 1993, Superintendente Regional de Polícia da 2ª SRPC.
Permaneceu no cargo por 5 anos consecutivos, só se afastou, a pedido, no ano de 1998 para ingressar na atividade política.
Até hoje, nenhum outro Delegado de Polícia conseguiu permanecer à frente da 2ª SRPC por tanto tempo.
Conheça um pouco de um dos vereadores mais atuantes do legislativo campinense com projetos relevantes que considera o governo de Romero Rodrigues um retrocesso e que até agora não mostrou serviço.
CONFIRA...

CONTE SUA TRAJETÓRIA NA POLÍTICA.
A minha primeira experiência na política foi no ano de 1998, quando fui candidato a Deputado Estadual e não logrei êxito. Em 2000, fui candidato a vereador e fiquei na 2ª suplência, quando tive a oportunidade de assumir o mandato por 4 meses, por conta de licença do vereador titular. Em 2004, fui mais uma vez candidato a vereador e fiquei na 1ª suplência, entretanto, com a vitória de Veneziano para prefeito, assumi o mandato já no mês de Janeiro de 2005, sendo efetivado como vereador titular em janeiro de 2007, com a eleição de Guilherme Almeida a Deputado Estadual. Em 2008, fui eleito a vereador com uma expressiva votação, 4.502 votos, o mais votado da nossa coligação. Em 2012, fui reeleito com 3.413 votos. Este ano (2014), fui candidato a Deputado Estadual, não fui eleito, mas fiquei na 2ª suplência. Tive a expressiva votação de 15.557 votos, inclusive, três deputados eleitos tiveram menos votos do que eu. Por outro lado, fui o 3º candidato a deputado estadual mais votado em Campina Grande, foram 12.345 votos (só em Campina).

O QUE LHE FEZ OPTAR PELA POLÍCIA?
Na verdade, me tornei policial por acaso. Ao concluir o Curso de Direito em 1987, o primeiro concurso público que prestei foi para Delegado de Polícia Civil. Aprovado, ingressei na carreira policial. Foi a melhor coisa que fiz na minha vida, pois, hoje estou convencido de que nasci para ser policial. Sou vocacionado e apaixonado pela atividade policial. É uma pena que a Polícia Civil da Paraíba tenha uma estrutura institucional tão frágil. Comandei grandes operações e com a minha equipe desarticulei poderosas organizações criminosas, como prêmio fui transferido e voltei a ser “Soldado Raso”. De Superintendente da regional mais importante do interior da Paraíba, fui jogado na 14ª Delegacia Distrital, no bairro de Tibiri, da cidade de Santa Rita-PB, como delegado adjunto. Um fato lamentável, porém não isolado, que tirou a minha motivação pelo serviço policial.

QUAL SUA OPINIÃO SOBRE A PC HOJE EM CAMPINA GRANDE E NO ESTADO?
A Polícia Civil se renovou, está mais culta, está mais técnica, mas enfrenta pelo menos três grandes problemas: 01. O efetivo precisa ser ampliado urgentemente, pois, ao longo do tempo a PC diminuiu de tamanho; 02. A PC precisa, urgentemente, ser unificada. Antigamente, alguns defendiam a unificação da PM com a PC. Hoje, a Polícia Civil está fragilizada por conta das cisões internas, onde as diversas gerações de delegados não se entendem. Por outro lado, as demais carreiras, como: agentes, escrivães e peritos reclamam que são preteridas nas discussões sobre a política salarial; 03. Policiais que já deviam estar aposentados há anos continuam trabalhando para sobreviver, pois, a aposentadoria significa perdas salariais em torno de 30% do salário da ativa.

VIVEMOS UM CAOS NA SEGURANÇA PÚBLICA? 
Segundo o dicionário, caos é uma confusão extrema e irremediável. Apesar da grande confusão que se tornou a segurança pública, há remédio para salvar a nossa paciente que está, digamos, enferma. O remédio é investimento. Na verdade, os governos que se sucedem na Paraíba nunca deram importância aos investimentos em Segurança Pública. Fazer segurança é muito caro e exige investimentos crescentes e permanentes. É preciso investir em SEGURANÇA HUMANA, que é algo que este Estado nunca fez. Segurança humana é mais amplo e envolve políticas públicas de ordem social e não só ações policialescas.

JÁ FOI PRECISO ATIRAR EM ALGUÉM?
Não.

QUAL O CASO EM QUE O SENHOR ESTEVE À FRENTE QUE “COROU” SEU TRABALHO NA PC?
Comandei o trabalho de inteligência que culminou com a prisão da “Gang dos Carros Fortes”. Foi a operação policial mais exitosa da história da Polícia Civil da Paraíba até hoje. Foram mais de 10 prisões. Apreendemos 15 espingardas calibre 12 de repetição e 2 fuzis AR 15. Todos os integrantes da Gang foram presos, inclusive, alguns foram presos por nossa equipe no estado de Pernambuco.  A operação rendeu matérias nos telejornais da grande mídia nacional.

VAMOS PARA A POLÍTICA: COMO FOI ESSA ATRAÇÃO PELA POLÍTICA?
Sempre gostei de política. Antes de ser policial já militava nos movimentos sociais, aos 21 anos fui eleito presidente da Associação dos Feirantes do Mercado Central. Na minha adolescência li muito sobre política, fui fortemente influenciado por dois amigos ligados à esquerda (Aderaldo, amigo feirante e genro de um militante comunista, e Seu Félix, um velho comunista que morava em João Pessoa, envolvido com cinema e com os movimentos sociais da capital), os quais me emprestavam livros sobre a revolução cubana, sobre o golpe de 1964 e sobre a extinta União Soviética.

O SENHOR TEM TIDO UM TRABALHO RELEVANTE PARA A CIDADE NOS SEUS PROJETOS. POR QUAL MOTIVO O SENHOR NÃO OBTEVE ÊXITO NA SUA TENTATIVA DE SER DEPUTADO?
Fazer política como escolhi fazer, sem comprar votos, conquistando o voto consciente e de opinião não é fácil, mas é prazeroso. Talvez esse tenha sido o grande motivo pela qual não logrei êxito na tentativa de ser deputado. Entretanto, considero uma grande vitória contar com a confiança de quase 16 mil paraibanos, os quais votaram em mim de graça. Vitória é não perder a integridade, derrota é ganhar uma eleição a qualquer preço.

O LEGISLATIVO CAMPINENSE ESTÁ EM “SINTONIA” COM OS APELOS E REIVINDICAÇÕES DA SOCIEDADE?
Ainda somos um Poder muito distante do povo, pela própria opção do povo. O eleitor pensa que democracia é só o direito de votar. Democracia é muito mais que isso: É o direito de votar, é o direito de cobrar dos que foram eleitos, é o direito de fiscalizar os mandatários, etc. O povo precisa entender que político é um servidor público e é portador de obrigações. Político não é celebridade, nem ídolo para ser colocado em posição muito superior. Político tem que trabalhar e o povo tem que cobrar resultados.

O PREFEITO ROMERO RODRIGUES: QUAL A SUA AVALIAÇÃO? 
Estamos fechando o 2º ano do mandato do prefeito Romero Rodrigues e até agora ele não correspondeu com a grande expectativa que ele mesmo criou. Não há uma única obra relevante a mencionar. É um governo de cartas de intenções e de assinaturas de atos administrativos como as desapropriações. A cidade continua suja, são 962 pontos de acúmulo de lixo, conforme declarações do próprio secretário de serviços urbanos. São gritantes as reclamações sobre os serviços da Secretaria de Saúde, as pessoas reclamam da demora em marcar consultas e para fazer exames e receber os respectivos resultados; da falta de medicamentos e de médicos nas Unidades Básicas de Saúde da Família. Enfim, Romero precisa urgentemente começar a governar.

QUAL A NOTA QUE O SENHOR DARIA A ADMINISTRAÇÃO DE CAMPINA GRANDE?
Pode ser uma nota musical? Nota RE, de REtrocesso.

A ALIANÇA PSB/PMDB/PT NO SEGUNDO TURNO OBRIGA RICARDO A GOVERNAR COM O PMDB?  Obrigação é um termo muito pesado. É um novo governo, apesar de ser o mesmo governante. Com certeza, o PMDB poderá ajudar muito com os seus quadros na formação desse novo governo.

O SENHOR ACREDITA NA LONGEVIDADE DESSA ALIANÇA?
Isso funciona como um casamento, ninguém vai para uma festa de casamento pensando em separação. Por isso, acredito e torço para que essa aliança seja duradoura para o bem da Paraíba, que já não aquenta mais tanta divisão na política.

VENEZIANO É INDISCUTIVELMENTE O NOME DO PMDB PARA CAMPINA EM 2016?
As urnas de 2014 comprovaram que Veneziano está mais vivo do que nunca para disputar e ganhar as eleições para prefeito de Campina em 2016, entretanto, precisamos definitivamente desmontar o palanque político eternamente montado nesta cidade. A cidade precisa respirar outra atmosfera. Temos problemas seríssimos que precisam ser enfrentados sem partidarização: A questão hídrica, a insegurança, a crise na saúde pública, etc.

SEU NOME SERIA UMA OPÇÃO?
Como disse, temos um nome forte no partido que é o de Veneziano.  Estarei trabalhando para viabilizar a sua eleição.

POR QUAL MOTIVO O SENHOR ACREDITA QUE CÁSSIO PERDEU A ELEIÇÃO?
Ele subestimou o adversário. Acreditou que só o seu carisma seria o suficiente para ganhar a eleição. Ricardo vendeu bem as ações do governo e não foi só no guia eleitoral. Cada ação do governo é acompanhada de perto por agentes do governo que interagem o tempo todo com a população beneficiada. O cidadão mais simples do lugar sabe que aquela obra foi decidida no Orçamento Democrático e que o governador tem interesse pessoal que a obra seja concluída. A relação é direta entre o governador e o povo (eleitor), ao contrário da política estilo Cássio, onde a relação tem um atravessador (Deputado ou chefe político). Isso fez a diferença.

O CONSELHO DE SEGURANÇA EM CAMPINA GRANDE É INVISÍVEL? SERVE PARA ALGUMA COISA?
Diria que dorme em berço esplêndido. É uma ferramenta importante de controle social, desde que desprovido de qualquer partidarismo. Vivemos numa cidade onde é praticamente impossível reunir pessoas para um projeto participativo de longo prazo. Por isso, lamento a inação dos dirigentes do Conselho Municipal de Segurança, os quais prestam um desserviço ao município, quando por omissão contribuem para desmotivar os vários conselheiros que atenderam ao convite da Prefeitura para compor o referido colegiado.

SEUS PROJETOS TÊM RELEVÂNCIA PARA CAMPINA, COMO EU JÁ DISSE; O SENHOR DESTACARIA ALGUNS?
Continuo firme no propósito de apresentar a cidade um mandato propositivo, o qual se traduz na aprovação de diversos projetos relevantes, que estão modificando a qualidade de vida das pessoas. Já são mais de 70 leis originadas de projetos de minha autoria. Citarei apenas os mais recentes:
A-) Lei Municipal nº 5.670/2014, que dispõe sobre a aplicação de penalidades mais duras pela emissão abusiva de ruídos sonoros provenientes de aparelhos de som instalados em veículos automotores, estabelecimentos comerciais e de entretenimento, residências e carrinhos de venda de CDS e similares.
Pela nova lei, o descumprimento lei acarretará na imposição de multa de 05 (cinco) até 100 (cem) Unidades Fiscais de Campina Grande (UFCG), sem prejuízo das demais sanções de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas. Atualmente, a Unidade Fiscal de Campina Grande é fixada no valor de R$ 37.75 (Trinta e sete reais e setenta e cinco centavos). Assim, a multa poderá variar de R$ 188,75 até R$ 3.775,00.
B-) Lei Municipal nº 5.579, de 14 de abril de 2014, que dispõe sobre as penalidades para coibir a demora dos serviços para o conserto de vazamentos na rede de abastecimento de água, os quais estejam danificando a pavimentação de vias públicas. Não podemos fechar os olhos para o desperdício. Mesmo diante da crise hídrica enfrentada por Campina, é possível encontrarmos diversos vazamentos jorrando água tratada e potável nas ruas da cidade. A nossa lei possibilita que a Prefeitura multe a CAGEPA pela demora do conserto desses vazamentos.
C-) Lei Municipal nº 5.684/2014, que dispõe sobre a flexibilização da carga horária de servidores públicos municipais que sejam cônjuges, pais ou responsáveis legais de pessoas com deficiência. A flexibilização da carga horária se dará nos dias e horários necessários e justificados, com o objetivo de acompanhar o atendimento do respectivo dependente nas instituições de saúde, reabilitação ou educação especializada.
Convivendo mais de perto com vários pais e cônjuges de pessoas com deficiência, nas reuniões do Fórum Permanente sobre Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência, identificamos as dificuldades enfrentadas por essas pessoas para conciliar o horário de trabalho com a agenda para acompanhar o atendimento do respectivo dependente (filho ou cônjuge) nas instituições de saúde, reabilitação ou educação especializada. Daí a necessidade da flexibilização da carga horária desses trabalhadores para que eles possam oferecer a assistência ao ente familiar, com maior qualidade e sem os riscos de retaliações de ordem financeira ou disciplinar impostas pela chefia da repartição pública a que estejam vinculados.
D-) Lei Municipal nº 5.508/2014, que dispõe sobre a proibição da cobrança de taxa de transporte e/ou de montagem de móveis, de eletrodomésticos e de equipamentos de informática por parte das empresas instaladas na cidade de Campina Grande.
Quem compra um produto tem o direito de receber esse produto em casa e funcionando, pois, quando visitamos uma loja, compramos um produto que está exposto, devidamente montado e em funcionamento. Ninguém compra um móvel ou um equipamento desmontado. Logo, é obrigação de quem vende entregar o produto da mesma forma que ele estava exposto.

ESTAMOS PERDENDO A LUTA PARA O CRACK?
Não se perde uma luta que não se luta. Na verdade, essa luta não existe. O governo brasileiro é omisso e indiferente ao sofrimento de muitos adolescentes, jovens e de seus familiares. O governo não previne, não oferece tratamento para a demanda de dependentes e reprime muito mal. Toda capital e toda cidade polo deveria ter um Centro de Referência para o Tratamento de Dependentes Químicos. O Crack é um derivado da cocaína. No Brasil, não há plantação de EPADU, planta da qual se extrai a pasta base da cocaína, ou seja, toda a cocaína consumida no país vem de fora e o governo não consegue barrar a entrada da droga. Enfim, o governo faz de conta que combate e o traficante faz de conta que acredita.

O MINISTÉRIO PÚBLICO EM CAMPINA “FECHA OS OLHOS” PARA ESSA REALIDADE (CRIANÇAS EM ESTADO DE DEGRADAÇÃO NAS RUAS)?
O Ministério Público tem as suas limitações, pois, desenvolve uma atividade meio e sofre com inércia do Judiciário. A obrigação de cuidar para que essas crianças não permaneçam nas ruas é da Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Ação Social – SEMAS. Na omissão da Prefeitura, o Ministério Público pode tentar formalizar um Termo de Ajustamento de Conduta. Como a Prefeitura sabe das limitações do Ministério Público e sabe também que não está obrigada a assinar o TAC, simplesmente faz pouco caso, uma vez que, confia também na morosidade do Judiciário, o qual levaria anos para julgar uma pretensa Ação Civil Pública que porventura fosse impetrada pelo MP. Enfim, é um círculo vicioso que só será vencido quando existir vontade política do governante.

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