domingo, 4 de janeiro de 2015

TRAVESTI ENTRA PARA HISTÓRIA POLÍTICA DA PARAÍBA AO SER ELEITO PRESIDENTE DE CÂMARA MUNICIPAL

 
Eleito em 2012 com 273 votos, Geraldo Costa da Silva (PP), 53 anos, mais conhecido como “Mãe Shirley”, se tornou o primeiro travesti eleito vereador na história na Paraíba, pela cidade de Pilar, no agreste.
Quase três anos depois, “Mãe Shirley” surpreende e é eleita presidente da Câmara dos Vereadores local, quase por unanimidade.
A eleição ocorreu no dia 1 de janeiro deste ano.
Uma casa legislativa ser presidida por um travesti deve ser o primeiro caso no estado e no Brasil.
Durante entrevista ao Portal Correio, explicou que houve um acordo entre os partidos PT e PP, que integram a base aliada do governo municipal.
“Houve um consenso entre os partidos e meu nome foi colocado como favorito. Tive seis votos, contra uma abstenção, e dois contra”.
Shirley tem uma história de superação e solidariedade na cidade. Integrante do candomblé há 39 anos, ela trabalha desde a adolescência e tem muitos serviços prestados nas comunidades carentes de Pilar.
Técnica de enfermagem por formação contribuiu para o bom atendido no único hospital de cidade, o que lhe rendeu o slogan na campanha eleitoral de “Saúde em primeiro lugar”.
Sobre os novos projetos, disse que vai continuar a defender a bandeira de combate a homofobia, melhoria nos serviços públicos em prol da população.
“Vou fazer uma gestão democrática. Vamos fazer nosso papel de fiscalizar o dinheiro público e lutar e votar projetos que beneficiem a população. O combate a homofobia e a inclusão do ensino religioso nas escolas municipais serão alguns dos nossos projetos futuros”, adiantou ‘Mãe Shirley’.
Apesar dos poucos votos recebidos, a impressão de quem acompanha Shirley pelas ruas é a de que toda a cidade votou nela. 
Discreta, ela sempre chamou a atenção por andar pelas ruas usando roupas brancas e acessórios femininos.
“Todo mundo me conhece aqui em Pilar. Crianças, adultos e idosos quando passo acenam e falam: “Oi, mãe Shirley”, comentou.
Sorridente, Shirley disse que muitos têm dúvidas sobre como se referir ao falar com ela: travesti, gay, homossexual, ele ou ela. 
“Não escolho etiquetas. Todo mundo sabe da minha orientação sexual e religiosa e não escondo de ninguém. Sou super bem resolvida, quanto a isso. Sou conhecida como ‘Mãe Shirley’ devido a minha posição no candomblé”, avisou.
(Por Hyldo Pereira/portalcorreio)

Um comentário:

  1. Notícia excelente, que deixa o coração da gente cheio de esperanças, de um dia viver em uma sociedade menos preconceituosa, mais tolerante. Pra quê perder tempo nessa vida julgando as pessoas por suas condições. Temos uma existência tão curta!

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