sexta-feira, 9 de outubro de 2015

REVIRAVOLTA: TIROS QUE MATARAM GARÇOM EM CAMPINA NÃO SAÍRAM DE REVÓLVER DE SUSPEITO QUE ESTÁ PRESO, AFIRMA LAUDO DO IPC; DISPAROS PODEM TER SAÍDO DE ARMA DO AMIGO DA VÍTIMA, DIZ POLÍCIA

(Aírton Júnior: morto no dia 12 de agosto)
Os tiros que mataram o garçom Airton Leitão de Oliveira Júnior, de 20 anos, no dia 12 de agosto/2015, não saíram do revólver calibre “38” pertencente ao ex-presidiário Welton Dutra Lira, que se encontra preso em caráter temporário, como suspeito do crime.
A afirmação foi da delegada Tatiana Barros, na tarde desta sexta-feira (09/10), após um contato mantido pelo renatodiniz.com, tomando como base o confronto balístico realizado pelo IPC.
“Os tiros que mataram jovem garçom em Campina não foram da arma de ex-presidiário; Os tiros podem ter sido dados acidentalmente por Hélio Pereira Cavalcante Filho, amigo da vítima”, disse a delegada.
Ela continuou informando que “com a reprodução simulada (reconstituição), feita por Hélio Pereira e Welton Dutra, evidenciou-se a possibilidade de o disparo na cabeça de Aírton ter saído da arma de Hélio, enquanto que o disparo no tórax (pela dinâmica apresentada pelos dois) teria saído da arma de Welton”.
A reconstituição foi fundamental para esclarecer detalhes que até então estavam intrigando a polícia.
DISSE TATIANA: “foram submetidos à perícia de confronto balístico a arma de Welton, os projéteis apreendidos no local do fato e os projéteis retirados do corpo da vítima. A perícia balística concluiu que de fato, a arma utilizada por Welton foi a arma apreendida, pois havia projéteis retirados no local que foram expelidos pelo cano daquela arma. Ou seja, não houve troca de arma por parte de Welton.  Por fim, as peritas do setor balístico do IPC concluíram que O MATERIAL RETIRADO DO CORPO DE AÍRTON NÃO FOI EXPELIDO PELA ARMA DE WELTON”.
(Arma de Welton: revólver calibre "38" não foi a arma do crime)
A delegada enfocou que “a perícia do IPC foi determinante e essencial ao concluir que os disparos que atingiram Aírton não saíram da arma de Welton. Enfatizo o trabalho fundamental das peritas Kesia e Zênia”.
Tatiana Barros ACRESCENTOU QUE “conclui-se que, na dinâmica apresentada pelos envolvidos (na reconstituição), na qual ambos se colocam armados no fato e em confronto direto, os disparos que atingiram Aírton saíram da arma de Hélio. Ressalte-se que a arma de Hélio não foi apreendida, pois ele afirma que a deixou na calçada após o fato”.
O renatodiniz.com perguntou a delegada se Welton Dutra vai permanecer preso (já que tem Prisão Temporária que expira na próxima quarta-feira, dia 14).
A delegada respondeu que “não representarei pela preventiva, mas ele responderá por tentativa de homicídio, já que ele só não consumou o fato por circunstâncias alheias a sua vontade”.
O renatodiniz.com perguntou se ela pedirá a soltura dele.
“Já fiz um ofício hoje (nesta sexta) dizendo que a polícia judiciária (Polícia Civil) não tinha interesse na conversão da Prisão Temporária em Preventiva”.
Sobre Hélio Pereira a delegada informou que em respeito ao Laudo Técnico que falta, prefere expor o relatório depois, “mas, houve um homicídio com erro de execução, porém prefiro só expor essa ideia com a conclusão do laudo. Vou aguardar o laudo da reprodução para resolver o caso de maneira totalmente substanciada”.
ENTENDA O  CASO
O CRIME
Na noite da quarta-feira, 12 de agosto, morreu no Hospital de Trauma o garçom Aírton Leitão de Oliveira Júnior.
No início da tarde o rapaz foi baleado com um tiro no tórax e outro na cabeça.
O crime aconteceu no Conjunto Mariz/Malvinas, em Campina Grande.
O ex-presidiário “Welton” foi apontado como suspeito.
Houve uma briga entre a vítima e Welton.
Uma terceira pessoa (amiga de Aírton) se envolveu.
Ocorreram disparos, pois Welton e Hélio estavam armados.
Aírton trabalhava em um restaurante (DNA) no Bairro Alto Branco e era pai de duas crianças.
A APRESENTAÇÃO E PRISÃO DE WELTON
(Welton: a arma dele não matou  Aírton)
Na tarde da sexta-feira, 14 de agosto, Welton Dutra Lira, recebeu "voz de prisão" quando compareceu a Delegacia de Homicídios para prestar depoimento.
Ele negou o crime e acusou “Hélio ou Helinho” de ser o autor dos disparos que tiraram a vida de Aírton.
Welton apresentava ferimentos superficiais provenientes de tiros.
No dia 13 de agosto o Promotor e o Juiz do 1°Tribunal do Júri se manifestaram favoráveis e expediram o Mandado de Prisão Temporária e de Busca Domiciliar, já que Welton havia se evadido.
Na casa dele foi encontrado um revólver calibre “38”.
“Foram ouvidas diversas pessoas e foi realizado um verdadeiro trabalho de convencimento para que Welton se entregasse, pois tínhamos conhecimento de ele que havia sido atingido por disparo de arma de fogo, mas não tinha procurado socorro médico”.
De acordo com a delegada Tatiana “quando Welton chegou a Central de Polícia apresentava uma lesão de tiro de raspão no lábio e no braço direito, além de uma lesão transfixante no dedo médio da mão direita”.
Ele negou o homicídio,
“Na versão dele, ele não atirou em Aírton. Quem atirou  foi um homem identificado como Helinho, que seria amigo da vítima. Welton disse que Hélio atirou contra ele, mas acabou atingindo Aírton. E isso aconteceu enquanto ele agarrava Hélio tentando tomar a arma”.
A APRESENTAÇÃO E DEPOIMENTO DE HÉLIO
Na segunda-feira, 17 de agosto, Hélio Pereira Cavalcante Filho, amigo da vítima prestou depoimento à delegada Tatiana.
Ele foi ouvido e liberado.
No depoimento dele ficou delineado que houve uma luta corporal do Welton com o Aírton Júnior. O Welton estava com uma arma de fogo que na luta corporal efetuou disparos que atingiu Aírton Júnior.
“o Hélio realmente estava portando arma de fogo e chegou trocar tiros com o Welton”.
Sobre o depoimento, a policial foi enfática: “o Hélio veio à delegacia com uma HISTÓRIA NÃO CRÍVEL de que após a confusão deixou a arma de fogo na esquina da rua da casa dele”.
Diante das contradições existentes entre o depoimento de Welton Dutra e Hélio Pereira, a delegada solicitou a reconstituição do crime.
A RECONSTITUIUÇÃO
Na tarde de 04 de setembro um trecho da Rua José Castro Barreto Filho, no Conjunto Mariz foi isolado para a realização da reconstituição da morte Aírton.
A delegada disse que a “reprodução simulada” realizada pela equipe do IPC foi muito detalhista e muito bem executada.
“Dr. Maxuell e Dr. Rodolfo, foram extremamente diligentes. Foi uma equipe muito preparada”.
Os peritos ouviram as versões de Hélio e de Welton, separadamente.
“Em seguida Hélio participou da reconstituição e depois foi a vez de Welton. Em nenhum momento os dois tiveram acesso a reconstituição do outro”.

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