segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

"NÃO TORÇO PELA PRISÃO DE LULA", DIZ AÉCIO; SENADOR RECONHECE "ERRO" NO CASO JBS

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, tucano rebateu denúncia da PGR, afirmou ser 'difícil' barrar candidatura de Lula caso processo se estenda e disse que seu 'caminho natural' em 2018 é tentar novo mandato no Senado.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que "não torce" pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cujo recurso na Lava Jato será julgado na segunda instância da Justiça Federal em janeiro, e defendeu que seu partido "precisa estar preparado" para a possibilidade de disputar nas urnas com o petista na eleição presidencial do ano que vem.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo publicada neste domingo (17/12), Aécio Neves disse esperar que a corrida eleitoral não seja pautada pela "delegacia de polícia" e considerou ser "difícil" uma eventual candidatura de Lula ser barrada caso o julgamento do petista se estenda até meados de junho. 
"Eu não torço pela prisão do Lula. Não torço pelo que ele representou para o País. Mas ele tem de responder para a Justiça, que não pode ser seletiva", disse o senador.
"Deve-se trabalhar com a possibilidade do Lula candidato. Não é apenas a decisão do TRF da 4ª Região, mas os recursos que ele ainda pode entrar. Depois de um determinado período, em junho, quando as convenções são realizadas, acho difícil impedir uma candidatura presidencial. Quanto mais cedo essa questão for resolvida, melhor para o processo eleitoral. O PSDB precisa estar preparado para disputar com qualquer um, até mesmo com o Lula."
DENÚNCIA
Na entrevista ao Estadão, o senador também comentou sobre a denúncia que tem enfrentado na Justiça e que o levou a ter o mandato no Senado suspenso por duas ocasiões ao longo deste ano.
Aécio se disse "vítima de uma armadilha", mas reconheceu que "cometeu um erro" ao pedir e aceitar o recebimento de R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista para arcar com os custos de sua defesa na Operação Lava Jato.
A gravação de conversas entre o tucano e o executivo do grupo JBS embasou denúncia oferecida pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"Reconheço que errei nesse episódio principalmente na forma de me comunicar. Ainda que em uma conversa privada, com um linguajar pelo qual me penitencio pessoalmente. Mas os fatos vão demonstrando de forma clara que eu fui vítima de uma grande armadilha", afirmou Aécio.
"Sou o primeiro a reconhecer que cometi um erro ao aceitar, de alguém que se dizia amigo, uma ajuda para pagar meus advogados. Mas não cometi crime. Quem foi lesado? O Estado foi lesado nisso? Houve alguma contrapartida? Não houve", defendeu-se o tucano, acrescentando que a prisão de sua irmã, Andrea Neves, foi "uma coisa extremamente traumática" e "injusta".
REFORMA DA PREVIDÊNCIA E PLANOS PARA 2018
O senador exaltou a  decisão do PSDB em fechar questão a favor da proposta de reforma da Previdência e defendeu que o partido imponha "alguma sanção" ao deputado que não seguir a orientação do partido sobre o tema.
Questionado se seu partido deveria representar nas eleições de 2018 a defesa do legado da gestão de Michel Temer, Aécio disse não achar que esse seja o papel do PSDB, embora pontue que a legenda "não deve se envergonhar" do apoio dado ao governo do peemedebista.
"Muitos que hoje bradam pelo 'fora, Temer', foram lá entregar a ele um conjunto de propostas. O item 6 era exatamente a reforma da Previdência. Condicionamos nosso apoio à adoção dessa agenda. Goste ou não do presidente Temer, boa parte dela está em curso. É um governo impopular, mas o Brasil de hoje é melhor do que no final do governo Dilma. É governo dos sonhos? Não é. Não é o governo do PSDB. Sempre foi o governo do PMDB. Mas a saída do PSDB do governo não podia ser um jogo de cena. Seria oportunista. Não podemos jogar pedras no governo porque ele é impopular", declarou o senador.
Sobre seus planos pessoais para as eleições do ano que vem, Aécio Neves descartou a possibilidade de se candidatar para o cargo de deputado federal e disse que seu "caminho natural" é a disputa por um novo mandato como senador .
"Não há hipótese da Câmara. Não faria sentido. Existem em Minas [Gerais] manifestações das mais variadas para que eu dispute cargos majoritários. Teremos uma candidatura para ser contraponto ao governo do PT. O caminho natural é o Senado", disse.
(Fonte: Último Segundo – iG)

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