O sistema de bombeamento do eixo leste
do projeto de transposição das Águas do Rio São Francisco foi religado, após a
execução de obras em Poções e Camalaú.
No município de Monteiro, segundo
moradores da região, as águas chegaram nesta sexta-feira (21/09), com uma vazão
maior. Segundo o coordenador do Dnocs na Paraíba, Alberto Gomes, os açudes de
Poções e Boqueirão são os próximos a receberem as águas.
O desligamento começou de forma
gradativa no dia 20 de março por uma recomendação do Ministério Público Federal
(MPF).
A recomendação pedia que a operação
ficasse suspensa pelo período necessário para realização de intervenções nos
açudes de Poções e Camalaú.
Segundo Alberto, a parte da obra
executada para receber as águas já foi concluída e o religamento aconteceu na
última terça-feira (18).
Restam apenas as obras complementares
que não interferem no recebimento das águas.
"Em breve, a cidade que também
deve receber as águas da transposição é Campina Grande, regularizando a entrada
no açude Boqueirão para continuar a segurança hídrica na região",
disse Alberto.
A previsão da Agência Executiva de
Gestão das Águas da Paraíba (Aesa-PB) é que as águas cheguem em 20 dias ao
açude Epitácio Pessoa.
ENTENDA
O DESLIGAMENTO
No período em que os municípios
abastecidos pelo açude Boqueirão estavam na iminência do colapso total de água,
o Dnocs encontrou como solução imediata a execução de um canal escavado através
dos vertedouros das barragens Poções e Camalaú, permitindo assim a passagem das
águas do Rio São Francisco para Boqueirão em caráter provisório e emergencial.
Porém, de acordo com a coordenadora do
grupo de trabalho da transposição do rio São Francisco na Paraíba, a
procuradora Janaína Andrade, se os órgãos gestores da transposição pretendem
garantir o fornecimento de água com segurança para as cidades, é indispensável
a conclusão das obras nos açudes Poções e Camalaú.
Ainda conforme a coordenadora, “concluídas
as tomadas de água complementar desses açudes, será possível verter para o rio
Paraíba não somente as águas transpostas, mas também as águas das chuvas, que
podem ser armazenadas nessas duas barragens. Assim, o MPF não pode admitir que
os municípios que integram o eixo leste da transposição dependam unicamente de
um bombeamento artificial sem uma reserva hídrica”.
O MPF em Monteiro entende que toda água
advinda das chuvas até então escoou pelos ‘rasgos’ dos dois açudes, se
dirigindo para Boqueirão.
Mantida essa situação, haverá mais
prejuízos às populações de cidades como Monteiro, Sumé, Congo, São João do
Cariri.
Em uma reunião, representantes do Dnocs,
Agência Nacional das Águas (ANA), Agência Executiva de Gestão das Águas da
Paraíba (Aesa), além de membros da Secretaria de Recursos Hídricos da Paraíba,
Ministério da Integração, Ministério Público Estadual (MPPB) e Ministério
Público Federal (MPF) acordaram que o desligamento era necessário para a
retomada das obras. Também estiveram na reunião representantes do Comitê de
Bacia do Rio Paraíba, da Advocacia-Geral da União (AGU) e Companhia de
Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf).
(Do G1 PB)
Foto: Edvaldo José
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