O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Dias Toffoli, derrubou nesta quarta-feira (19/12) a decisão do ministro
Marco Aurélio Mello sobre presos condenados em segunda instância.
Mais cedo, nesta quarta, Marco Aurélio
mandou soltar todas as pessoas que estivessem presas por terem sido condenadas
pela segunda instância da Justiça.
Diante disso, a procuradora-geral da
República, Raquel Dodge, recorreu ao Supremo, e Toffoli, de plantão, derrubou a
decisão de Marco Aurélio.
Dados do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) mostram que até 169 mil pessoas poderiam ter sido beneficiadas pela
decisão de Marco Aurélio, entre elas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Preso desde abril, Lula foi condenado
pelo Tribunal Regional de Federal da Quarta Região (TRF-4), responsável pela
Lava Jato em segunda instância.
JULGAMENTO
EM 2019
No início da semana, Toffoli anunciou à
imprensa que as ações sobre prisão após segunda instância serão julgadas no dia
10 de abril do ano que vem.
Desde 2016 o Supremo entende que a
pessoa pode ser presa após ser condenada em segunda instância, mas ações no
tribunal visam mudar esse entendimento.
No ano que vem, o STF analisará três
ações apresentadas pelos partidos PCdoB e Patriota, além da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB).
Além disso, o artigo 5º da Constituição
define que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória".
Esse artigo, segundo a própria
Constituição, não pode ser modificado por emenda aprovada pelo Congresso por
ser "cláusula pétrea".
(Por Mariana Oliveira, TV Globo)
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