quinta-feira, 22 de abril de 2021

POLICIAIS DE SERGIPE MATARAM ADVOGADO PARAIBANO POR ENGANO, DIZ INQUÉRITO

*Polícia também apresentou indícios de fraude processual, com adulteração da cena do crime
Os policiais de Sergipe suspeitos de assassinarem o advogado paraibano Geffesson de Moura Gomes foram indiciados por homicídio qualificado e fraude processual, pela adulteração da cena do crime.

O inquérito do assassinato registrado no dia 16 de maio concluiu que o paraibano foi morto por engano.
Os suspeitos do crime estão presos.
O delegado Glauber Fontes, disse que alguns pontos que foram essenciais para a conclusão do inquérito e que justificam o pedido de prisão preventiva dos policiais sergipanos.
Os policiais estavam ali não para prender, mas para executar, pois os disparos comprovam isso, sendo oito disparos à queima roupa. Além disso, para tentar ludibriar a investigação eles jogaram uma arma no carro da vítima e apresentaram essa arma apenas na Delegacia de Patos e não no local do crime, caracterizando o crime de fraude processual”, disse o delegado Glauber Fontes.
Outros agravantes foram encontrados durante a investigação da Polícia Civil da Paraíba, que revelou que o delegado da Polícia Civil de Sergipe, um dos suspeitos já tinha envolvimento em uma situação muito semelhante no ano de 2020 em Tamandaré, quando assassinou o tio, que era o alvo que eles realmente queriam, ou seja, já havia um problema familiar entre a equipe do delegado e o investigado, que era o alvo que eles procuravam”, destacou Glauber Fontes.
O que o relatório aponta é que o advogado Geffesson de Moura Gomes foi morto por engano, pois o alvo da equipe sergipana era o investigado Luiz Henrique Cunha Carvalho.
Outro ponto é a questão da arma que foi atribuída a Geffesson. Segundo o delegado Glauber Fontes, a arma tinha sido revendida para um policial militar do estado de Sergipe que, inclusive, encontra-se preso.
O delegado Sylvio Rabelo, da 3ª Superintendência de Polícia Civil da Paraíba, que investiga os casos relacionados a várias cidades do Sertão, destacou que o relatório é preciso e com base em uma investigação minuciosa, não deixando dúvidas quanto as autorias do crime.
No que tange à autoria, não remanescem dúvidas. O autor dos oito disparos de arma de fogo que ceifaram a vida da vítima foi o delegado da Polícia Civil do estado de Sergipe, Osvaldo Resende Neto. Os policiais José Alonso de Santana e Gilvan Morais de Oliveira deram o apoio necessário para a consumação do crime ao realizarem a abordagem com o propósito previamente definido: localizar e executar a vítima Luiz Henrique Cunha Carvalho. O que deu errado, no momento da consumação do crime, foi o fato de Geffeson ter sido confundido com Luiz Henrique”, disse delegado Sylvio Rabelo.
ENTENDA O CASO
No dia 16 de março deste ano, por volta das 22h00, uma equipe da Polícia Civil de Sergipe entrou em território paraibano para realizar diligências quando abordou o advogado Geffesson de Moura Gomes, que trafegava pela rodovia federal BR-230, à altura do município de Santa Luzia, Sertão do estado,
O objetivo era prender um grupo criminoso que atua em roubos de cargas e outros crimes em Sergipe e que havia se escondido na Paraíba. 
Os policiais de Sergipe estavam de posse de mandados de prisão expedidos pela Justiça para serem cumpridos durante a ação.
Os policiais sergipanos, no entanto, não deram qualquer chance do advogado paraibano se explicar ou se apresentar, pois, ao confundi-lo com um dos procurados, já foram atirando e atingiram a vítima com oito disparos à queima-roupa.
Eles ainda levaram a vítima, já sem vida, e a deixaram na frente do hospital de Santa Luzia.
Também apresentaram uma arma de fogo à Delegacia de Patos como se fosse do advogado e alegando tê-la encontrado no carro do mesmo.
(Por Redação Portal T5)

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