sexta-feira, 16 de julho de 2021

VIÚVA DE CAPITÃO ADRIANO QUER FALAR QUEM MANDOU MATAR MARIELLE FRANCO

A viúva do ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em fevereiro de 2020, está negociando um acordo de delação premiada para revelar quem foi o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, que morreu junto com o motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

O MP ainda não respondeu se aceitará a delação.
As informações são da Revista Veja.
Em conversas com promotores do Rio, Júlia Mello Lotufo disse quem foi o mandante da execução de Marielle e Anderson, e detalhou a participação de Adriano em uma dezena de homicídios encomendados pela contravenção.
A viúva nega que o ex-marido tenha participado do assassinato de Marielle e Anderson, mas revelou que integrantes da milícia que atua na comunidade Gardênia Azul procuraram o ex-capitão para discutir a possibilidade de ele preparar um plano para matar a vereadora.
Nenhuma das fontes consultadas pela reportagem da Veja, no entanto, quis informar o nome da pessoa que, conforme o relato de Julia, ordenou a execução de Marielle e Anderson.
VIÚVA VAI FALAR PARA RECUPERAR A LIBERDADE
A viúva do ex-capitão, que está em regime de prisão domiciliar e é obrigada a usar tornozeleira eletrônica, propôs a colaboração com o objetivo de conseguir a revogação das medidas restritivas determinadas pela Justiça e, assim, recuperar a própria liberdade.
Em suas primeiras informações prestadas, durante conversa com outras seis pessoas, em Brasília, em fevereiro de 2020, poucos dias depois da morte do marido, Júlia contou que Adriano não teve participação alguma no assassinato da vereadora e chegou a cobrar satisfações de seus comparsas em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, para saber se algum deles tinha envolvimento com o caso.
Ela declarou ainda que a morte de Marielle e de Anderson foi um divisor de águas na vida de Adriano, principalmente depois que o nome dele apareceu entre os suspeitos de participar da execução da vereadora e do motorista, o que segundo ela, na verdade teria envolvimento de milícias.
De acordo com o relato de Julia, integrantes da milícia que atua na comunidade Gardênia Azul procuraram o ex-capitão para discutir a possibilidade de ele preparar o plano para assassinar Marielle.
Ao fazer a sondagem, alegaram que a atuação da vereadora estaria colocando em risco os negócios da milícia não só em Gardênia Azul, mas em Rio das Pedras.
Na ocasião, Adriano teria achado o plano arriscado, segundo ela, por envolver uma parlamentar.
No início do mês, em 8 de julho, já com os anexos de sua proposta de colaboração redigidos, Julia esteve com o promotor Luís Augusto Soares de Andrade, ocasião em que repetiu tudo o que dissera sobre o caso Marielle — de como Adriano soube do plano para matar a vereadora até o nome do mandante. 
Dois dias depois, em 10 de julho, o Ministério Público do Rio informou, sem explicação oficial sobre o motivo, que as promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile deixaram a força-tarefa do caso Marielle.
Fontes do MP relataram que as promotoras reclamaram do risco de interferências externas comprometerem as investigações da execução de Marielle.
Simone e Letícia também teriam mostrado insatisfação com as fragilidades das provas nos relatos da viúva.
(Por d.emtempo.com.br)

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