sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

O SILÊNCIO FORÇADO DA POLÍCIA E DOS BOMBEIROS QUE SE SENTIRAM TRAÍDOS NA “MESA DE NEGOCIAÇÃO”

Diferentemente do que se tem propagado, a insatisfação com o resultado da “negociação” entre governo do estado, Polícia Militar e Bombeiros é imensa, no entanto o “silêncio” da categoria dá a impressão de que tudo foi muito bom.

Não é bem assim.
O silêncio nos quarteis significa medo de represália.
Policiais militares e bombeiros estão com um grito preso na garganta.
Para ouvir este grito, o desabafo, basta conversar com um policial de patente mais alta ao soldado.
Alguém saiu lucrando, alguém se saiu muito bem, mas não foram os policiais militares da Paraíba (uma das polícias mais bem avaliadas do país) e bombeiros (que inclusive deram uma lição de solidariedade, amor ao próximo e acolhimento às vítimas das enchentes na Bahia).
O governador fez o papel dele, mas o que faltou aos representantes dos policiais e bombeiros militares que sentaram ao lado do governador na mesa de negociação?
O que está exposto é que houve um acordo e todos saíram ganhando.
Mas veja a nota da Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar do Estado da Paraíba:
NOTA
A Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar do Estado da Paraíba – ASSOF/PB, em assembleia extraordinária, ocorrida em 06/01/2022, vem por meio desta nota, que a decisão da maioria dos seus associados, que REJEITA a proposta de política remuneratória apresentada em 06/01/2022, pelo Governo do Estado da Paraíba.
Ademais, questiona a forma como as tratativas têm sido conduzidas, sem ao menos a apreciação formal das tabelas de valores salariais produzidas pelos associados, as quais foram exaustivamente estudadas e comparadas, com valores medianos dos Estados do Nordeste.
Outra narrativa indevida é sobre o substancial "aumento salarial" divulgado exaustivamente pelo Governo na grande mídia e redes sociais, que na verdade, não promove sequer compensação inflacionária dos últimos três anos no salário líquido dos militares Estaduais, ocasionando reais prejuízos à categoria de profissionais, que arriscam diariamente suas vidas em prol da sociedade paraibana e que, em 2022, completa 190 anos de existência e indispensáveis serviços.
Portanto, a ASSOF-PB ratifica seu posicionamento sobre a urgente implementação da paridade e integralidade conforme Lei Federal 13.954/2019, pagamento através de subsídio, recomposição salarial real, adequação da PL 3.378/2021 com a Lei Federal, a implementação de um Plano de Cargos e Carreira e Remuneração (PCCR) que contemple toda a categoria, Oficiais e Praças, policiais e bombeiros militares, através de critérios justos e cristalinos de ascensão funcional vertical e horizontal.
Ainda assim, a proposta formulada por esta associação partiu da premissa de tão somente aproximar a remuneração dos policiais e bombeiros militares da Paraíba, da média salarial nordestina, permanecendo inclusive abaixo desse patamar, em respeito às condições financeiras do Estado.
Segundo órgãos oficiais, fomos avaliados a melhor Polícia do Norte/Nordeste, porém recebemos o PIOR salário da Federação, e esta condição necessita por justiça, ser modificada.
É necessário neste momento que o Governo reconheça as corporações pelos resultados alcançados e legitimamente reconhecidas pela sociedade paraibana.
João pessoa – PB, 07 de janeiro de 2022.
ASSOF-PB
LUIZ ANTONIO DO NASCIMENTO – MAJ PM
(Por www.renatodiniz.com)

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