quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

MPF MOSTRA ARMA DE POLICIAL ATINGIDA POR TIRO DE ROBERTO JEFFERSON

*Jefferson é denunciado por tentar matar 4 policiais federais
A denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-deputado Roberto Jefferson pelo ataque que ele promoveu contra policiais federais, no dia 23 de outubro, mostra a violência do ataque e a intenção de matar por meio de fotos.

Uma das imagens mostra como ficou a arma da policial Karina de Oliveira, que foi alvejada por um dos tiros disparados pelo ex-deputado federal.
A pistola que Karina usava teve o seu cano destruído.
"Não é exagero afirmar que a policial Karina, na véspera de seu aniversário 32º, nasceu novamente, uma vez que sobreviveu a estilhaços que atingiram seu rosto e perna, decorrentes do lançamento da 1.ª granada, e que ela foi salva, de forma milagrosa, por sua própria pistola, que portava no coldre afixado na cintura e que foi alvejada por um tiro de carabina que lhe arrancou a boca do cano, tal como esclarecido no Laudo de Perícia Criminal", diz trecho de denúncia exibindo imagens do armamento.

A denúncia desta quarta-feira (07/12) destaca ainda algumas qualificadoras, como a tentativa de matar os quatro policiais federais, com emprego de explosivo e de meio que resultou perigo comum, além de emprego de arma de fogo de uso restrito.
O documento detalha ainda que o depoimento de Roberto Jefferson, em que dizia ter dado mais de 50 tiros contra os policiais, não foi uma bravata.
Ao todo, a denúncia identificou aproximadamente 60 disparos e as seguintes apreensões:
23 cartuchos calibre 5.56;
4 cartuchos calibre 9mm;
3 fragmentos de projétil (não classificado);
38 pedaços referentes às granadas adulteradas;
2 fragmentos metálicos expelidos naturalmente do corpo do policial Marcelo;
1 fragmento metálico expelido naturalmente do corpo da policial Karina;
1 fragmento metálico retirado do corpo de Karina por meio de cirurgia realizada no dia 2 de novembro.
A denúncia é assinada pelos procuradores da República Charles Stevan da Mota Pessoa e Vanessa Seguezzi.
O g1 tenta contato com a defesa do ex-deputado Roberto Jefferson.
DEFESA DE JEFFERSON
Na época dos acontecimentos, os advogados disseram apenas que a prisão em flagrante – e que foi convertida em preventiva pelo STF – usurpou a competência da Justiça Federal em Três Rios, que abrange a área de Comendador Levy Gasparian.
Sobre os atos de Jefferson, os advogados disseram que só se manifestariam nos autos.
No início de novembro, os advogados pediram a suspeição de Alexandre de Moraes em todos os processos contra o ex-deputado, inclusive a ação contra policiais federais. A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), vai ser a nova relatora do caso.
Segundo os advogados de Roberto Jefferson, Moraes agiu de forma parcial no processo.
Surge patente parcialidade para funcionar como investigador do Excipiente e condutor do INQ 4874, e, por consequência, não só da PET 9844, mas para apreciar todo e qualquer requerimento referente ao Sr. Roberto Jefferson”, afirma um trecho do documento.
O ex-deputado segue preso em Bangu 8, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
RELEMBRE OS PRINCIPAIS PONTOS SOBRE O ATAQUE:
Jefferson cumpria prisão domiciliar, determinada no inquérito sobre uma organização criminosa que atenta contra o Estado Democrático de Direito.
Ele descumpriu várias medidas da prisão domiciliar, como passar orientações a dirigentes do PTB, receber visitas, conceder entrevista e compartilhar fake news que atingem a honra e a segurança do STF e seus ministros, como ao ofender a ministra Cármen Lúcia.
Por causa de todos estes descumprimentos, Alexandre de Moraes revogou a prisão domiciliar e determinou sua volta à prisão.
No dia 23 de outubro, a Polícia Federal foi cumprir a ordem de prisão e foi atacada por Roberto Jefferson com granadas e fuzil - mesmo que ele não tenha direito de portar arma de fogo.
Dois agentes foram feridos.
A PF revidou o ataque, mas não invadiu a casa do ex-deputado.
Jair Bolsonaro repudiou as ofensas a Cármen Lúcia e a ação armada, mas criticou o inquérito do STF e determinou a ida do ministro da Justiça, Anderson Torres, ao local.
A presença do ministro foi um pedido do próprio Roberto Jefferson, informou o colunista Valdo Cruz.
Apoiadores de Jair Bolsonaro também foram para a porta da casa de Roberto Jefferson e hostilizaram a imprensa que estava no local. 
Um repórter cinematográfico foi agredido.
Roberto Jefferson se entregou à polícia na noite do dia 23 de outubro, após passar 8 horas desrespeitando a ordem do Supremo Tribunal Federal.
(Do g1)

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