quarta-feira, 10 de maio de 2023

"50 MIL REAIS" :ESTADO DEVE INDENIZAR MÃE DE VIGILANTE MORTO DURANTE TENTATIVA DE RESGATE DE PRESO

A Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba manteve sentença condenando o Estado da Paraíba ao pagamento de indenização, no valor de “50 mil reais” a título de danos morais, em favor da mãe de um vigilante que trabalhava em uma clínica médica na cidade de Campina Grande e foi morto durante ação de resgate de preso ocorrida no dia 25 de junho de 2018.

"Ao que se percebe do acervo probatório o transporte do preso foi realizado sob a guarda de apenas três agentes penitenciários, sendo esse efetivo manifestamente insuficiente a garantir segurança da operação e integridade das pessoas que se encontravam na região em que se localizava a clínica", afirmou o relator do processo, juiz convocado Aluízio Bezerra Filho.
Segundo ele, o Estado foi negligente no tocante a garantir a segurança da operação, até porque sempre é possível que ocorra alguma tentativa de fuga ou resgate do preso.
"Logo, essa omissão em assegurar os meios minimamente necessários à escolta segura do preso, de fato, contribuiu de forma concreta para o desfecho trágico da operação, que resultou na morte do filho da autora. ”, pontuou.
Cabe recurso.
(Por TJPB)
SEIS ACUSADOS JÁ FORAM CONDENADOS
Os seis acusados de envolvimento na morte do vigilante Diego Oliveira Mendonça, assassinado quando fazia segurança de uma clínica médica em Campina Grande em 2018, foram condenados em júri realizado no final de abril deste ano
O julgamento teve início às 08h30 do dia 27 no 1ºTribunal do Júri no Fórum Affonso Campos e se estendeu até às 05h00 do dia 28.
Somadas as penas totalizam 335 anos.
Ainda faltam julgar outros quatro envolvidos (Gilmar Andrade dos Santos, Jaciara, Francisco Felipe e Thalles William) o que deve ocorrer ainda este ano.
Os condenados: Leandro Cesar, Elton Sales, Igor Kenedy, Wesley Cavalcanti e os irmãos João Paulo e João Carlos.
A Defensoria Pública atuou nas defesas de Leandro e Wesley; o advogado Altamar Cardoso da Silva na defesa de Elton e Igor; já o advogado Marllon Laffit Torres defendeu os irmãos João Calos e João Paulo.
Os promotores Osvaldo Lopes Barbosa (Titular do 1ºTribunal) e Ernani Lucas representaram o Ministério e o juiz Max Nunes de França presidiu a sessão.
AS PENAS
Leandro César Alves de Araújo, Elton Sales de França, Igor Kenedy Santos Maciel, João Carlos da Silva Santos e João Paulo da Silva Santos foram condenados pelo homicídio qualificado do vigilante Diego Oliveira Mendonça; pela tentativa de homicídio qualificado praticada contra três policiais penais; pela tentativa de fuga de pessoa presa e pelos danos qualificados provocados por disparos de arma de fogo contra a clínica médica, viaturas policiais e veículos que se encontravam no local do crime.
Eles também foram condenados a pagar as custas do processo e tiveram a prisão cautelar mantida, até que o Juízo da Vara de Execução Penal indique o estabelecimento prisional em que eles deverão iniciar o cumprimento de suas penas em regime fechado.
Já o réu Wesley Cavalcanti Araújo, por sua vez, foi condenado pelo conselho de sentença apenas pelo crime de tentativa de fuga de pessoa presa qualificado, tendo sua pena estipulada em dois anos e oito meses de reclusão.
Em razão do tempo em que ficou preso provisoriamente, aguardando julgamento, ele teve sua prisão revogada, devendo ser expedido o alvará de soltura e o processo retornar concluso para a extinção da pena.
Leandro César foi condenado a 78 anos de reclusão; a dois anos e seis meses de detenção e ao pagamento de 300 dias-multa.
Elton Sales recebeu a pena definitiva de 55 anos, sete meses e 20 dias de reclusão; um ano e oito meses de detenção e 200 dias-multa.
Igor Kenedy foi condenado a 64 anos, oito meses e 20 dias de reclusão; a um ano e oito meses de detenção e 200 dias-multa.
João Carlos e João Paulo deverão cumprir, cada um, 69 anos e dois meses de reclusão; dois anos de detenção e pagar 200 dias-multa.
O valor do dia-multa para os cinco condenados foi fixado em 1/30 avos do salário-mínimo.
O CRIME
Tudo aconteceu numa troca de tiros durante tentativa de resgate do preso Gilmar Andrade dos Santos, do regime fechado, que tinha consulta marcada no local.
O resgate envolveu uma equipe de criminosos de dentro e fora da penitenciária, conforme investigações da Delegacia de Homicídios de Campina Grande.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público, com base na investigação policial, afirma que a trama criminosa foi arquitetada justamente pelo apenado Gilmar e contou com a participação da companheira dele.
Ela ficou encarregada de transmitir as ordens de Gilmar aos demais envolvidos e realizar a marcação do exame laboratorial.
Segundo informações levantadas pela investigação policial, a mulher esteve no estabelecimento dias antes acompanhada de um homem para fazer a marcação do exame de "raio x" do braço esquerdo de Gilmar Andrade.
No dia do crime, pouco antes do ocorrido, ela esteve presente na clínica na companhia de um homem com objetivo de verificar se o exame agendado seria realizado naquele dia.
A Polícia Civil ouviu 11 testemunhas para concluir o inquérito.
O vigilante foi assassinado na manhã de uma segunda-feira, 25 de junho, quando criminosos tentaram resgatar um preso que era atendido numa clínica médica no Bairro Prata.
A vítima, Diego Oliveira Mendonça de 23 anos, estava na clínica, na guarita, quando foi atingida.
O preso que seria resgatado era Gilmar Andrade dos Santos que na época cumpria pena por assalto na Penitenciária Regional do Serrotão.
Houve troca de tiros entre os comparsas dele e os Agentes Penitenciários do Serrotão e um dos disparos atingiu o segurança.
A PM conseguiu prender dois envolvidos no mesmo dia e apreendeu um dos carros usando pelo bando.
Os demais (seis) foram presos no dia seguinte (26) em ações da DRF.
Gilmar foi transferido para o PB1, em João Pessoa.
(Por www.renatodiniz.com)

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