A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (05/12) uma operação contra um grupo suspeito de entregar 43 mil armas para os chefes das maiores facções do país — Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho —, movimentando R$ 1,2 bilhão.
Foram cumpridos 25 Mandados de Prisão Preventiva,
seis de Prisão Temporária e 52 Mandados de Busca e Apreensão em três países:
Brasil, Estados Unidos e Paraguai — onde está o principal alvo da operação Diego
Hernan Dirísio, que ainda não foi encontrado.
Dirísio é considerado pela PF o maior
contrabandista de armas da América do Sul.
5 envolvidos no crime foram presos no
Brasil;
14 no Paraguai; sendo que um deles já
estava preso.
A Justiça da Bahia, que conduz a
operação, determinou que os alvos de prisão que estiverem no exterior sejam
incluídos na lista vermelha da Interpol e que, se forem presos, sejam
extraditados para o Brasil.
A investigação começou em 2020, quando
pistolas e munições foram apreendidas no interior da Bahia.
As armas estavam com o número de série
raspado, mas, por meio de perícia, a PF conseguiu obter as informações e
avançar na investigação.
Três anos mais tarde, a cooperação
internacional que resultou na operação desta terça indica que um homem
argentino, dono de uma empresa chamada IAS, com sede no Paraguai, comprava
pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições de fabricantes de países como
Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
Segundo a PF, de novembro de 2019 a maio
de 2022, a empresa de Dirísio importou 7.720 pistolas de uma fabricante na
Croácia, bem como a compra e venda de 2.056 fuzis produzidos na República Techa
e mais cinco mil rifles, pistolas e revólveres produzidos na Turquia.
1.200
pistolas também foram importadas de uma fábrica na Eslovênia — um total de
16.669 armas.
Após a compra, as armas eram vendidas
para facções brasileiras, em especial de São Paulo e do Rio de Janeiro.
O esquema
envolvia também doleiros e empresas de fachada no Paraguai e nos EUA.
FUNCIONÁRIOS
ENVOLVIDOS
Entre as pessoas de confiança de Dirísio
estão Maria Mercedes e Elaine Marengo, funcionárias da IAS — peças fundamentais
no esquema criminoso.
Elas eram as pontes entre Dirísio e o
núcleo de intermediários, que negociam diretamente com os criminosos
brasileiros.
O papel dos funcionários da empresa era
“dar cobertura” para que o nome de Dirísio não aparecesse nas investigações —
já que ele não queria que seu nome fosse relacionado às armas apreendidas no Brasil.
A investigação aponta Mercedes é uma das
principais vendedoras de armamentos da IAS, ao lado de Marengo, que chegou a
ocupar a função secretária pessoal de Dirísio.
Maria Mercedes e Elaine Marengo foram
presas na manhã desta terça-feira (05).
INVESTIGADOS
A investigação internacional apontou a
suspeita de envolvimento do general Arturo Javier González Ocampo, que até
pouco tempo atrás ocupava o cargo de Chefe do Estado Maior General da Força
Aérea do Paraguai.
Funcionárias da empresa IAS, de Diego
Dirísio, foram flagradas em conversas interceptadas, com autorização judicial,
pedindo ao general Arturo Gonzales Ocampo para interceder na DIMABEL, órgão
militar de controle de armas.
O objetivo é colocar pessoas na DIMABEL
da confiança do esquema de tráfico de armas.
A polícia paraguaia prendeu o general
nesta terça.
E fez busca e apreensão na casa dele.
(Do g1)
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