A 11ªDelegacia Seccional de Polícia
Civil em Queimadas desvendou mais um crime de feminicídio.
A vítima foi a jovem Milena Silva, de 23
anos, assassinada com um tiro de revólver na cabeça na tarde da última quarta
(25/09) numa casa no Centro de Fagundes, no Agreste.
A PC prendeu o mandante, apreendeu a
irmã do mandante (uma adolescente de 14 anos) e com apoio da 3ªCIPM, prendeu o autor do tiro que matou
Milena.
A jovem se recusou a ter relações
sexuais com o “mandante” após ele ter pagado “54 reais” a vítima, conforme as
investigações.
Essa recusa, ocorrida na terça (24)
motivou o crime que ainda contou com a participação de um comparsa do autor do
disparo e um presidiário.
O executor de Milena foi preso nesta
segunda (30).
Ele foi identificado como “Carlinhos”.
ENTENDA
TODA A TRAMAO
que disse a delegada seccional Suelane Guimarães...
“Nós fomos acionados para o local, poucos
minutos depois que aconteceu o fato, e tomamos posse do celular da vítima e de
algumas câmaras de segurança da localidade.
E aí, com esses dois mecanismos, esses
dois objetos, nós conseguimos entender realmente toda a trama criminosa em que
no celular da vítima constavam mensagens ameaçadoras de uma pessoa que teria
pago a ela o valor de ‘54 reais’ para que mantivesse relação sexual com ela.
E ele entregou esse valor a ela e ela
disse que naquele dia que não tinha interesse, que não ia praticar sexo com ele
e que não era obrigado àquilo.
E a pessoa ficou dizendo que então ela
devolvesse (o dinheiro).
E ela não devolveu ele e disse, ‘você
vai ver o que é receber um tiro na cara’.
A ameaçou de morte isso ainda na terça-feira.
E aí a gente pegou essas mensagens,
identificamos quem era a pessoa, então fomos em busca e conseguimos efetuar a
prisão”.
O
preso Emerson...
O preso foi identificado como “Emerson”,
de 23 anos de idade.
Ele é o autor intelectual do crime, o
dono dos “54 reais”.
“Então ele foi preso, ele realmente é o
mentor intelectual porque após isso, ele falou com a irmã, que é uma
adolescente em infratora (que é uma pessoa já envolvida, e que gosta da
criminalidade e tinha por amizades os criminosos ali da cidade de Fagundes).
Os dois então combinaram para falar com
a terceira pessoa (que foi o executor) e solicitar então a ele (ao executor)
que fosse cobrar esse dinheiro que o que ele queria era que resolvesse e
recebesse o seu dinheiro de volta”.
A “autorização
de um presidiário” para resolver o problema...Na quarta (25) a trama foi “informada” a
um presidiário (que seria o chefe do tráfico em Fagundes).
Quer dizer: pra dar um susto ou uma
disciplina em Milena, era necessário o aval desse “chefe”.
“Na fala dos presos (da adolescente em infratora),
o preso seria o comandante do tráfico da cidade de Fagundes e que era necessário
solicitar autorização a ele (também tem isso nas mensagens de telefone, com
essa autorização)”.
A
morte de Milena...“Então o executor, junto com outra pessoa,
foi numa moto, até a residência da vítima, tentou tirá-la do local, mas tinha
mais outras duas pessoas (duas testemunhas oculares presentes na casa e não
permitiram que tirasse ela de lá), achavam que era só uma conversa.
E aí ele entra de posse de uma arma de
fogo e dá um tiro na cabeça dela e depois foge e isso motivado, realmente,
pelos ‘54 reais’ pagos anteriormente”.
Milena
tinha um filho...“No momento do fato o ex-marido dela se fazia
presente.
Ela era uma pessoa que tinha um
companheiro anterior, tem um filho pequeno (acredito de um ano de idade).
Quando ouvimos o preso (Emerson) ele
disse que essa não era a primeira vez que pagava ela por isso, que outras vezes
(já há quatro semanas) mantinha a relação sexual com ela e que pagava por isso
e que nesse dia todo o dinheiro que ele tinha deu a ela e não ia deixar isso de
graça”.
O
objetivo era dar “uma disciplina”... “Na
fala do preso (Emerson), ele pediu que resolvesse, que ele queria o dinheiro de
volta, mas que a intenção dele não seria a morte, muito embora ele tenha
procurado por uma pessoa (Carlinhos) que usava a arma de fogo.
Ele (Emerson) sabia que (Carlinhos) ia
para o local usar a arma de fogo, mas ele disse que a intenção era ter o
dinheiro de volta e que ele resolvesse o problema”.
O
crime é de feminicídio...“Foi um feminicídio por condição de gênero.
A morte se deu, não em virtude de um relacionamento
amoroso, afetivo, ou relação de violência doméstica, não é o caso.
Foi um feminicídio aconteceu em virtude
do gênero, de ser uma mulher.
A situação da troca do sexo era porque
era uma mulher, a situação da vulnerabilidade estabelecida era porque era uma
mulher e a intenção da cobrança, a gente percebe claramente que se fosse com o
homem não teria sido dessa forma”.
Os
crimes...“O maior (Emerson) que foi preso em
flagrante responde por homicídio triplamente qualificado (a motivação fútil,
por não ter dado chances de defesa à vítima e por ser um feminicídio).
E aí ele também responde por associação
criminosa (tendo em vista que são mais de três pessoas que estavam com união de
desígnios a fazer o mal) e aí, no caso, nós temos cinco pessoas envolvidas
nesse feminicídio.
E ainda com corrupção de menores, haja
vista que a irmã dele, de 14 anos de idade, foi a pessoa a quem ele solicitou
que buscasse o criminoso e (a adolescente) era a pessoa mais empolgada, digamos
assim, para que isso fosse resolvido e buscou então o criminoso que ela sabia
que seria o mais temido na cidade e que usava arma de fogo”.
(Por www.renatodiniz.com)
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