A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira (21/11) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-integrantes de seu governo por tramarem um golpe de estado no país.
Eles são suspeitos dos crimes de
abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e
organização criminosa.
Ao todo, a lista tem 37.
A conclusão do inquérito aponta uma
organização criminosa que atuou de forma coordenada na tentativa de golpe para
manter Bolsonaro no poder após ele ter perdido a eleição, em 2022.
A investigação começou no ano passado e
foi concluída dois dias após a Polícia Federal (PF) prender 4 militares e um
policial federal que tentaram matar Lula, Alckmin e Moraes.
Além de Bolsonaro, foram indiciados
pelos 3 crimes:
*O general da reserva do Exército Braga
Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro e candidato a
vice na chapa que perdeu a eleição de 2022;
*O general da reserva Augusto Heleno,
ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
*O policial federal Alexandre Ramagem,
ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin);
*E Valdemar da Costa Neto, presidente do
Partido Liberal (PL), legenda de Bolsonaro.
O relatório final do inquérito, que tem
mais de 800 páginas, foi concluído no início da tarde e vai ser entregue ao Supremo
Tribunal Federal (STF).
Caberá à Procuradoria-geral da República
(PGR) denunciar ou não os indiciados ao Supremo.
Caso a Corte aceite a
denúncia, eles se tornam réus e serão julgados.
VEJA
AS PENAS PREVISTAS:
*Golpe de Estado: 4 a 12 anos de prisão;
*Abolição violenta do Estado democrático
de Direito: 4 a 8 anos de prisão;
*Integrar organização criminosa: 3 a 8 anos
de prisão.
Além do inquérito sobre o golpe de
estado, Bolsonaro também já foi indiciado neste ano em outras duas
investigações da Polícia Federal: o caso das joias sauditas e a fraude no
cartão de vacinas.
6
NÚCLEOS GOLPISTAS
As investigações apontaram que os
investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas e que se dividiram
em 6 núcleos golpistas que se articularam para derrubar à força o Estado
Democrático de Direito:
*Núcleo de Desinformação e Ataques ao
Sistema Eleitoral;
*Núcleo Responsável por Incitar
Militares a Aderirem ao Golpe de Estado;
*Núcleo Jurídico;
*Núcleo Operacional de Apoio às Ações
Golpistas;*Núcleo de Inteligência Paralela;
*Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas
Veja a lista de todos os indiciados:
Ailton Gonçalves Moraes Barros
Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
Alexandre Rodrigues Ramagem
Almir Garnier Santos
Amauri Feres Saad
Anderson Gustavo Torres
Anderson Lima de Moura
Angelo Martins Denicoli
Augusto Heleno Ribeiro Pereira
Bernardo Romão Correa Netto
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
Carlos Giovani Delevati Pasini
Cleverson Ney Magalhães
Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
Fabrício Moreira de Bastos
Filipe Garcia Martins
Fernando Cerimedo
Giancarlo Gomes Rodrigues
Guilherme Marques de Almeida
Hélio Ferreira Lima
Jair Messias Bolsonaro
José Eduardo de Oliveira e Silva
Laercio Vergilio
Marcelo Bormevet
Marcelo Costa Câmara
Mario Fernandes
Mauro Cesar Barbosa Cid
Nilton Diniz Rodrigues
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
Rafael Martins de Oliveira
Ronald Ferreira de Araujo Junior
Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
Tércio Arnaud Tomaz
Valdemar Costa Neto
Walter Souza Braga Netto
Wladimir Matos Soares
VEJA ÍNTEGRA DA NOTA DA PF SOBRE O INDICIAMENTO:
A
Polícia Federal encerrou nesta quinta-feira (21/11) investigação que apurou a
existência de uma organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022,
na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder.
O
relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal com o indiciamento
de 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de
Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
As
provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao
longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico,
bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras
medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário.
As
investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão
de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência
dos seguintes grupos:
a)
Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
b)
Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
c)
Núcleo Jurídico;
d)
Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
e)
Núcleo de Inteligência Paralela;
f)
Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas
Com
a entrega do relatório, a Polícia Federal encerra as investigações referentes
às tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de
Direito.
(Do
g1)Foto: Amanda Perobelli/Reuters
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