sexta-feira, 2 de maio de 2025

VINHO DE MISSA: CONHEÇA O QUE OS PAPAS BEBEM NO VATICANO

A proximidade do conclave, que é o processo de escolha do novo Papa, tem atraído todas as atenções para o Vaticano, despertando a curiosidade e inspirando a criatividade.

Exemplo disso foi um vídeo que viralizou recentemente nas redes sociais feito por inteligência artificial (IA) que mostra um encontro emocionante entre o Papa Francisco e Jesus Cristo.
Em um determinado trecho, os dois transformam água em vinho, em referência ao milagre de Caná, descrito na Bíblia, e fazem um brinde.
Já se sabe que o Papa Francisco sempre foi um apreciador da bebida.
Algumas declarações suas garantiram a ele o diploma de sócio honorário da Associação Italiana de Sommeliers.
Logicamente, Francisco deixava claro que bebia com muita moderação.
E não poderia ser diferente, como líder da Igreja Católica.
O vinho é uma bebida essencial à liturgia católica – é transformado simbolicamente em sangue de Cristo, durante a missa.
O VINHO DO VATICANO
E aí surge mais uma curiosidade: que vinho os Papas bebem?

É um vinho específico.
O que é servido no Vaticano, conhecido por sua rigidez litúrgica, precisa atender a um requisito essencial: ser vinho de missa ou vinho litúrgico.
Esse tipo deve ser, preferencialmente, escuro.
Além disso, tem que ser produzido exclusivamente a partir de uvas maduras, sem aditivos, como conservantes, corantes ou açúcares, e com teor alcoólico que não ultrapasse 18%, conforme definido pelo Concílio de Florença de 1438.
De modo geral, as graduações variam de 10 a 14% para os vinhos finos e de 9 a 12% para os espumantes. 
Já as versões fortificadas, cujo processo de fermentação é interrompido com a adição de aguardente vínica, podem variar de 18 a 22% de teor, em média
Com todas essas especificações, uma vinícola na região do norte da Espanha que cumpre todos os requisitos exigidos pelo Vaticano - a Heras Cordón - na região de Rioja, é a fornecedora oficial da Santa Sé (mais de 20 anos de parceria e selo exclusivo para o Vaticano).
A vinícola criou um rótulo para a produção que é encaminhada ao Vaticano, para consumo do Papa e seus cardeais.
A parceria foi firmada pela primeira vez durante o papado de João Paulo II, em 2001, e renovada posteriormente pelos papas Bento XVI e Francisco.
Bem provável que o próximo pontífice siga esse processo.
OS HÁBITOS PAPAIS
O polonês João Paulo II demonstrava familiaridade com o vinho.
No congresso dos enólogos italianos de 1984, em Roma, ele confessou preferir os brancos aromáticos e florais, feitos com a uva Gewurztraminer, na Alsácia-Lorena, e os derivados da casta Riesling, na Alemanha.
Já Bento XVI, alemão da Baviera, costumava preferir uma caneca de cerveja no seu cotidiano.
No entanto, nas recepções do papado, ele seguia o protocolo do Vaticano e brindava com champagne Moët&Chandon.
Mas nenhum outro papa dos últimos séculos, segundo os especialistas, fez declarações tão explícitas de apreço ao vinho quanto Francisco.
Em Buenos Aires, o então cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio apreciava nas refeições um branco Torrontés ou um tinto Malbec, elaborados no seu país natal.
Ao visitar o Brasil em 2013, para a Jornada Mundial da Juventude, durante um almoço em Aparecida (SP), Francisco apreciou um branco adocicado à base da uva Moscato, feito por uma adega de Jundiaí, também interior de São Paulo.
Independentemente dos gostos pessoais, o que se sabe é que o Vaticano lidera o ranking mundial de consumo de vinho por pessoa, com mais de 74 litros por ano, o dobro do consumo médio de países como França e Itália.
(iG - Marcia Bessa Martins)

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