O secretário da Polícia Militar, Marcelo de Menezes, explicou nesta quarta-feira (29/10) a estratégia usada na megaoperação contra o Comando Vermelho, que deixou mais de 120 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio.
A ação policial foi a mais letal da
história do estado.
As forças de segurança, segundo Menezes,
montaram o chamado “muro do Bope” — em que policiais entraram pela área da
Serra da Misericórdia para cercar os criminosos e empurrá-los em direção à
mata, onde outras equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) já estavam
posicionadas, formando um paredão.
A explicação foi dada durante entrevista
coletiva na tarde desta quarta-feira (28), quando a cúpula da Segurança Pública
do Rio detalhou os resultados da ação.
"Distribuímos as tropas pelo
terreno. O diferencial, em relação às imagens que mostravam criminosos
fortemente armados buscando refúgio na área de mata, foi a incursão dos agentes
do Bope na parte mais alta da montanha que separa as duas comunidades. Essa
ação criou o que chamamos de 'muro do Bope' — uma linha de contenção formada
por policiais que empurravam os criminosos para o topo da montanha",
detalhou o secretário da PM.
Os policiais começaram a operação entrando
no Alemão, explica Menezes.
Em seguida, no Complexo da Penha, a
estratégia foi seguir traficantes e levar os criminosos pela trilha de mata até
o ponto mais alto na Serra da Misericórdia.
Já na Serra da Misericórdia, os policiais
do Bope, que estavam posicionados no topo, formaram uma espécie de 'muro' para
cercar os bandidos que tinham sido levados até lá.
O secretário da PM afirmou que o objetivo
da estratégia era “proteger a população e garantir a integridade física dos
moradores” e disse que a maioria dos confrontos ocorreu na área de mata.
O confronto começou às 6h e terminou por
volta das 21h.
Os números oficiais, divulgados pela
cúpula da segurança do RJ nesta quarta-feira (29), dia seguinte à ação, são de
4 policiais e 117 suspeitos mortos.
Moradores do Complexo da Penha afirmaram
ter encontrado pelo menos 74 corpos, que foram levados para a Praça São Lucas,
na Estrada José Rucas, ao longo da madrugada desta quarta (29).
Já o secretário da Polícia Civil, Felipe
Curi, disse que foram 63 corpos achados na mata.
Segundo ele, foram 113 presos, 33 de
outros estados, como Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco.
A ação contou 2,5 mil policiais civis e
militares e é considerada pela cúpula da segurança como de alto risco.
UM ANO DE INVESTIGAÇÃO
O secretário de Segurança Pública, Victor
Santos, destacou que a investigação que culminou na operação desta terça durou
cerca de um ano.
(Por g1 RJ)
Foto: Ricardo Moraes/Reuters

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