Davi Piazza Pinto, pai do menino autista e
com deficiência visual de 11 anos, assumiu que matou o próprio filho para
deixar de pagar a pensão alimentícia.
A informação foi confirmada pelo delegado
da Polícia Civil da Paraíba, Bruno Germano, em entrevista à CBN João Pessoa,
nesta terça-feira (04/11).
Davi está preso em Florianópolis, Santa
Catarina.
O menino foi morto por asfixia.
De acordo com o delegado, o pai de Arthur
Davi relatou em depoimento à Polícia Civil de Florianópolis, Santa Catarina,
que estava endividado e, por isso, decidiu matar o próprio filho para não
precisar pagar mais a pensão alimentícia da criança, que custava em torno de “1.800
reais”.
Ainda segundo o delegado Bruno Germano, o
pai do menino também teria afirmado ter matado a criança para "se livrar
da dívida".
Os depoimentos de Davi Piazza foram
recebidos pela Polícia Civil da Paraíba.
"Nós recebemos os depoimentos
da Polícia de Florianópolis do procedimento realizado lá e ele confessou à
Polícia Militar que tinha matado a criança num apartamento por meio de asfixia.
E o laudo saiu hoje também, foi comprovado que foi a asfixia mesmo. Ele levou o
corpo do menino até o terreno baldio. Segundo ele, estava apertado
financeiramente, pagava religiosamente todo mês, em torno de 1.800 reais de
pensão, e decidiu vir pra cá pra matar a criança, pra se livrar dessa dívida.
Segundo ele, né? Uma motivação totalmente fútil", afirmou o
delegado à rádio CBN João Pessoa.
O suspeito de ter matado a criança tinha
pouco contato com o filho e havia procurado a mãe justamente para tentar
restabelecer uma convivência mais próxima.
Aline Lorena, mãe da criança morta, disse
para a TV Cabo Branco, durante o enterro do menino, no Cemitério do
Cristo Redentor, em João Pessoa, que não esperava que a morte do filho
acontecesse quando concordou com a aproximação do pai com o a criança, a pedido
dele próprio.
Ela contou que deixou pronto tudo o que o
filho precisaria durante o período em que ficaria com o pai e que pediu para
que o homem a avisasse caso a criança apresentasse algum sinal de irritação
enquanto eles estivessem juntos.
“Tudo foi muito combinado. A gente
conversou, eu sentei com ele. Um dia antes eu expliquei: ‘cara, o Arthur é
assim, ele come assim’, eu passei no mercado, comprei o que ele gostaria de
comer. Arrumei a roupinha dele, falei: ‘ele vai viajar com tal roupa, tem o
fonezinho abafador, como ele é uma criança autista, pode ser que ele se irrite
no caminho, mas me avisa, ele tem horário de ir no banheiro, ele tem as
coisinhas dele'...", contou Aline Lorena, mãe da criança.
A mãe contou ainda que chegou a ir ao
encontro do pai com o menino e que se disponibilizou para ajudá-lo, devido à
condição de autismo que a criança tinha, que poderia ser um fator que causasse
alguma dificuldade para o pai da criança em termos de cuidados específicos que
ele deveria fornecer.
"Deixei tudo certo. Deixei o
menino alimentado, dei banho, ainda quis ficar mais um tempo, mas ele [o pai da
criança] falou: ‘não, pode ir que eu cuido, eu preciso conviver’. Não passava
pela minha cabeça o que ia acontecer. Não tem justificativa. O Arthur foi uma
criança incrível, nasceu de 5 meses, 800 gramas. A gente batalhou a vida
inteira por ele. O que aconteceu só cabe à Justiça agora", disse
Aline.
A Polícia CIvil investiga se Davi Piazza
Pinto usou um carro de aplicativo para levar o corpo do filho até uma área de
mata no bairro Colinas do Sul.
(Do g1 PB)

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