Um casal de turistas de Mato Grosso foi agredido por comerciantes na praia de Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco, após se recusar a pagar um suposto aumento no valor cobrado pelo uso de cadeiras de praia, que passou de “50 reais” para “80 reais” sem aviso prévio.
O caso aconteceu na tarde do sábado (27/12
), e um dos turistas precisou de atendimento médico.
Os empresários Johnny Andrade e Cleiton
Zanatta, vítimas das agressões, contaram ao g1 que estão de férias e chegaram à
praia por volta das 10h.
Segundo Johnny, o barraqueiro informou
que, caso não houvesse consumo de petiscos, o aluguel das cadeiras custaria R$
50.
"Ainda descendo próximo das
barracas, um cara já veio e abordou a gente querendo oferecer o serviço dele.
Ele ofereceu o valor das cadeiras por R$ 50 e disse que se a gente consumisse
os petiscos dele, a gente não ia pagar o valor das cadeiras e da barraca. (...)
Era umas quatro horas da tarde quando a gente pediu a nossa conta. Aí ele
falou: 'eu vi que vocês não consumiram o petisco, então agora eu vou cobrar R$
80 da cadeira de vocês'", contou.
Johnny e o companheiro se negaram a pagar
os R$ 80 e, ao questionar a mudança no valor, ele conta que foi agredido logo
em seguida.
Johnny afirmou que, durante o período em
que estiveram na praia, o casal consumiu duas águas de coco na barraca.
"Eu falei: 'cara, isso você não
explicou para a gente. Até então você tinha cobrado R$ 50, agora quer cobrar R$
80. Não, não vou te pagar R$ 80, vou te cobrar o valor que a gente realmente
havia combinado'. (...) Aí nisso ele já pegou uma cadeira e arremessou na minha
cara. Eu me defendi com o braço, mas quando eu vi, já tinha caído no chão e aí
juntou outros barraqueiros", relatou.
Segundo Johnny, cerca de 20 pessoas
participaram das agressões.
Ele também acredita que o fato de estar
com o companheiro e de serem um casal gay pode ter influenciado no ataque.
"Tinha aproximadamente uns 15 a
20 barraqueiros me batendo. Cleiton, meu companheiro, estava próximo e pediu
para eles pararem com aquela agressão e saiu correndo para o outro lado para
pedir ajuda. Eu acredito também que foi algo homofóbico também porque eles
perceberam que nós somos um casal gay", disse.
O g1 tentou contato com a
Associação dos Barraqueiros de Porto de Galinhas e com a prefeitura de Ipojuca
para entender como as cobranças são feitas e se há alguma regulamentação do
município, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.
ATENDIMENTO MÉDICO
Com a ajuda de guarda-vidas civis, o casal
foi retirado do local e levado à Delegacia de Porto de Galinhas.
Johnny relatou que ele e o companheiro
precisaram buscar atendimento médico antes de registrar o boletim de
ocorrência, mas que todo o deslocamento foi feito de transporte por aplicativo,
já que não houve oferta de ambulância.
"O salva-vidas levou a gente
para a delegacia e pediu para a gente descer. Aí o escrivão só nos ouviu. A
gente contou o que tinha acontecido e como a gente estava machucado, eles
falaram: 'olha, vocês precisam ir para o hospital, mas a gente não consegue levar
vocês para o hospital'. A gente pediu um Uber e foi para o hospital de Porto,
aí de Porto de Galinhas", contou.
Johnny disse que saiu do hospital de
Ipojuca por volta das 22h.
"Quando a gente estava no
hospital, chegou um policial e trouxe nossos pertences. Ele trouxe também o Pix
da dona da barraca, que ela exige que a gente pagasse, e aí a gente fez o Pix",
contou.
O QUE DIZ A POLÍCIA CIVIL
Em nota, a Secretaria de Defesa Social de
Pernambuco (SDS) informou que, quando as forças de segurança chegaram ao local,
a situação já estava controlada.
As vítimas foram socorridas por equipes de
guarda-vidas civis da gestão municipal e encaminhadas para atendimento médico.
Ainda de acordo com a corporação, a
apuração do caso é tratada como prioridade, com o objetivo de identificar e
responsabilizar todos os envolvidos.
A investigação por lesão corporal está sob
responsabilidade da Polícia Civil.
(g1 PE)


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