*Suspeito foi ao velório e chorou
*Ele lucrou “12 milhões de reais
com produtora do filme de Bolsonaro
Alex Leandro Bispo dos Santos foi preso
nesta terça-feira (09/12) sob acusação de matar a esposa, Maria Katiane Gomes
da Silva, de 25 anos, arremessando-a do 10º andar de um edifício na Zona Sul de
São Paulo.
Natural de Crateús, no Sertão do Ceará,
Maria Katiane residia na capital paulista, mas mantinha fortes laços com sua
terra natal, onde vive sua filha.
Nas redes sociais, a jovem mantinha um
perfil ativo e vibrante, compartilhando momentos de lazer em viagens, além de
criar conteúdo sobre estética, dicas de maquiagem e rotinas de treino.
Uma tia
de Maria Katiane expressou indignação e dor em uma publicação nas redes
sociais.
Ela citou o caráter possessivo do
relacionamento, classificando o sentimento do agressor como
"doentio".
“Queremos Justiça pela vida de
Katiane Gomes. Ela não pode mais falar pois sua voz foi calada por um cara que
a dizia amar, onde tudo não passava de um sentimento de posse, um sentimento
doentio. Hoje, como tia, eu estou com meu coração apertado, com um sentimento
de indignação, assim como sua mãe e toda nossa família, pedimos justiça por
Katiane Gomes”.
Imagens de câmeras de segurança
contradisseram a versão inicial do investigado e expuseram cenas de violência
minutos antes da morte.
O circuito interno do condomínio registrou
uma sequência de ataques físicos e psicológicos.
Inicialmente, no estacionamento, o homem é
flagrado desferindo socos contra a companheira.
A violência continua no elevador, onde as
imagens mostram uma discussão acalorada seguida por tentativas do agressor de
agarrar o pescoço da vítima.
Em outro momento, Alex arranca Maria
Katiane do interior da cabine de forma violenta; ela tenta resistir,
segurando-se nas portas, mas é superada pela força física do marido.
Cerca de um minuto depois, o suspeito
retorna sozinho ao elevador, senta-se no chão e leva as mãos à cabeça,
mostrando desespero.
O caso, ocorrido em 29 de novembro, foi
inicialmente tratado pelas autoridades como morte suspeita.
Na ocasião, vizinhos acionaram a Polícia
Militar e o Samu após escutarem gritos seguidos pelo estrondo do impacto no
solo.
Ao chegarem ao local, os agentes
encontraram Alex abraçado ao corpo da esposa, alegando que ela havia tirado a
própria vida após uma briga conjugal.
Contudo, a narrativa de suicídio não se
sustentou durante a investigação do Departamento de Homicídios e de Proteção à
Pessoa (DHPP) e do 89º Distrito Policial (Jardim Taboão).
Além das imagens das áreas comuns, a
perícia analisou gravações de câmeras instaladas dentro do apartamento do casal
e encontrou inconsistências nos depoimentos.
Diante do conjunto de provas, a Justiça
decretou a prisão temporária de Alex, que agora responde por feminicídio
consumado.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública
afirmou que as investigações seguem em andamento pelo 89º Distrito Policial
(Jardim Taboão), que requisitou exames periciais e realiza outras diligências
para o completo esclarecimento dos fatos.
SUSPEITO FOI AO VELÓRIO E CHOROU
Após a morte da esposa, ele viajou até a
cidade de Crateús, no Ceará, e foi ao velório.
Na época, a morte havia sido classificada
pela polícia como acidental.
Imagens que circulam nas redes sociais
mostram o homem chorando abraçado ao caixão. Até então, amigos e familiares
acreditavam na versão do suspeito, de que Maria Katiane teria caído de forma
acidental.
Suspeito passou uma semana no Ceará antes
de voltar para São Paulo.
Ele foi preso ontem em sua casa após a
polícia ter acesso às imagens de câmeras de segurança do prédio onde o casal
morava.
SUSPEITO LUCROU R$ 12 MILHÕES COM
PRODUTORA DO FILME DE BOLSONARO
Documentos obtidos por Demétrio Vechioli,
do Metrópoles, revelam que Alex recebeu R$ 12 milhões do Instituto Conhecer
Brasil (ICB), presidido por Karina Pereira da Gama, responsável pelo filme
“Dark Horse”.
A origem do repasse está em um contrato de
R$ 108 milhões assinado pela prefeitura de São Paulo para instalar e manter 5
mil pontos de wi-fi gratuito em comunidades de baixa renda.
A assinatura do acordo inclui os nomes de
Alex Bispo, de sua esposa, Maria Katiane Gomes da Silva, como testemunha, e de
Karina Gama.
Segundo levantamento do The Intercept, o
edital que escolheu o ICB tinha ao menos 20 irregularidades apontadas pelo
Tribunal de Contas do Município, como critérios genéricos para a seleção de uma
ONG para prestar um serviço técnico que poderia ser desempenhado pela Prodam,
empresa municipal especializada no setor.
Os valores pagos pelo contrato chamaram
atenção: enquanto a Prodam cobra R$ 306 por ponto de wi-fi, o ICB foi
contratado por R$ 1.800 pela instalação e mais R$ 1.800 mensais pela
manutenção.
(De o Globo, Uol e Metrópoles)


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