quarta-feira, 18 de abril de 2018

MÉDICO ACUSADO DE MANDAR MATAR CIRURGIÃO TEM DIPLOMA CASSADO; VÍTIMA ERA DA PARAÍBA. CRIME OCORREU EM 2014


O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) decidiu, por unanimidade, que o cardiologista de Cláudio Amaro Gomes, de 60 anos, acusado de mandar matar o cirurgião torácico Artur Eugênio, em 2014, não poderá mais atuar na profissão.

Vinte conselheiros, entre eles o relator e o presidente do Cremepe, decidiram por unanimidade pela cassação do diploma de Cláudio Amaro.
O julgamento desta quarta-feira (18/04) não teve a ver com o assassinato, mas com a conduta ético-profissional de Cláudio Amaro.
No júri, que pertence à esfera administrativa, pesavam contra ele inúmeras questões, principalmente assédio moral contra Artur. Segundo o presidente do Cremepe, André Dubeux, o julgamento durou cerca de quatro horas, dando amplo direito a defesa da parte acusada.
O procedimento de investigação e avaliação da conduta de Amaro teve 27 páginas e foi apresentado pela relatoria durante quase 1h20.
Dubeux explicou que a decisão estadual ainda cabe recurso da defesa junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM).
Preso no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) desde o dia 3 de junho de 2014, o agora ex-médico aguarda a definição da Justiça sobre o julgamento pelos crimes de homicídio qualificado, apropriação indébita e comunicação falsa de crime.
Foi a primeira vez que a viúva do médico Artur Eugênio, a também médica Carla Rameri, ficou frente a frente com Cláudio Amaro após o crime.
(Por: Priscilla Aguiar e Júlia Montenegro, do Portal FolhaPE)
RELEMBRE O CASO
O médico Artur Eugênio de Azevedo foi assassinado com quatro tiros no dia 12 de maio de 2014.
O corpo do cirurgião foi encontrado no dia seguinte na BR-101, no bairro de Comporta, no município de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife.
Segundo a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o crime teria sido motivado por desentendimentos profissionais entre Cláudio Amaro Gomes e a vítima.
De acordo com os autos, Cláudio Amaro Gomes, apontado como o mandante do crime, teria contado com a ajuda do filho Cláudio Jr. para executar o plano de homicídio.
Cláudio Júnior teria pagado Jailson Duarte César para contratar outros dois homens – Lyferson Barbosa da Silva e Flávio Braz – para matar Artur Eugênio.
*Arthur era paraibano e atuava no Hospital do Câncer de Pernambuco, Hospital das Clínicas, Imip e Português.
Ele tinha família em Campina Grande e era formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
ACUSADOS FORAM CONDENADOS
Na madrugada da segunda-feira, 26 de setembro de 2016, no primeiro júri popular dos acusados, Cláudio Amaro Gomes Júnior e Lyferson Barbosa da Silva foram condenados.
O júri durou mais de cinco dias no Fórum de Jaboatão dos Guararapes.
Cláudio Jr., então com 33 anos, foi condenado a 34 anos e quatro meses de reclusão, sendo 26 anos por homicídio qualificado, 6 anos por furto, 4 meses por comunicação falsa e 2 anos por dano material.
Já Lyferson, então com 27, foi condenado a 26 anos e quatro meses de reclusão, sendo 24 anos por homicídio qualificado e 2 anos e 4 meses por dano qualificado
Cláudio Jr. e Lyferson já estavam presos desde junho e julho de 2014, respectivamente.
Além deles, mais duas pessoas estão no Cotel pelo assassinato de Artur Eugênio: o médico Cláudio Amaro Gomes, pai de Júnior e que seria o mandante; e Jailson Duarte César, que teria sido pago para contratar os matadores.
A acusação também apontou Flávio Braz, o quinto acusado pelo crime.
Ele morreu numa troca de tiros com policiais militares em 2015, pouco menos de um ano após o assassinato de Artur Eugênio.
(Folha de Pernambuco)
Foto: Anderson Stevens/Folha de Pernambuco

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