Dois acusados da morte de uma evangélica
em março de 2016 foram condenados a 38 anos e 48 anos de reclusão
respectivamente.
As penas juntas somam quase 90 anos.
O crime foi de bastante repercussão em
Campina Grande.
O julgamento de dois, dos quatro
envolvidos aconteceu nesta terça-feira (21/08) no Fórum Affonso Campos.
Francisco Zerisvaldo Duarte, o “coroa”,
foi condenado a 48 anos e Alex Júnior dos Santos a 38.
As defesas dos condenados vão recorrer.
A vítima foi Jessikaline Barbosa da
Silva, então com 24 anos, morta a tiros no Bairro Bodocongó.
Os outros acusados, Jean Albuquerque e
Adriano Farias, ainda não foram julgados.
ENTENDA
Equipes da Delegacia de Homicídios em
Campina Grande com apoio de policiais da 12ª DSPC/Esperança desvendaram o
crime.
Quatro adultos foram presos e dois
adolescentes apreendidos.
A delegada Tatiana Matos presidiu as
investigações que duraram dois meses.
A morte de Jessikaline foi encomendada
de dentro de um dos presídios de Campina Grande.
Os acusados foram Jean de Albuquerque
Souza, Adriano Farias de Oliveira, Francisco Zerisvaldo Duarte, Alex Júnior dos
Santos Brito e os dois adolescentes.
Jessikaline prestaria depoimentos à
justiça contra um dos acusados e isso motivou o homicídio.
O crime ocorreu na noite do sábado, 05
de março/2016.
A jovem foi encontrada agonizando dentro
do carro dela na Rua Manoel Martins, ao lado do colégio Ana Amélia, no Bairro
Bodocongó III, com um tiro na nuca.
Ela foi levada para o Hospital de Trauma
e morreu na tarde da segunda-feira, 07 de março.
Testemunhas informaram à polícia que um
homem numa moto desferiu o tiro e em seguida tomou o rumo do Hospital de
Trauma.
A bala, segundo a médica, ficou alojada.
O
PAPEL DE CADA UM, SEGUNDO AS INVESTIGAÇÕES DA PC
Jean: determinou e autorizou a morte de
Jessikaline;
Adriano “cabeça”: agenciou e conseguiu
as pessoas para cometer o crime;
Francisco Zerisvaldo “coroa”: levantou
as informações (os passos da vítima) e participou efetivamente do crime;
Alex Júnior: foi quem efetuou os
disparos.
Os adolescentes: roubaram uma moto para,
única e exclusivamente, servir ao executor do crime.
O coroa (motorista de transporte
clandestino) escolheu roubar a moto de um amigo para servir ao crime.
Ele fez isso por duas vezes, pois o
homicídio não deu certo num dia, mas no dia seguinte ele apontou outro veículo
para ser roubado.
O
MOTIVO
Em 2014 a Jessikaline teve um
relacionamento com Jean e no curso desse relacionamento o Jean estava sendo
investigado pela polícia federal e foi alvo de uma profunda investigação por
tráfico, assim como Jessikaline.
“Quando ela foi ouvida na PF, contou
tudo, abriu o jogo”.
Ela contou qual era a participação do
Jean, como também de outras pessoas no tráfico de drogas e na associação para o
tráfico de drogas.
Depois disso o Jean começou a tentar fazer
com que Jessikaline mudasse o depoimento.
Tentou de várias formas: por meio de
advogado, por meio de amigos, por intimidação.
No dia 16 de março de 2016, haveria uma
audiência e Jessikaline seria ouvida e o Jean continuou insistindo para que ela
mudasse o depoimento.
De acordo com a PC, “ela disse que não
mudaria, pois agora ela era evangélica e não iria mudar em hipótese alguma o
depoimento”.
A
DECISÃO
Jean, de dentro do presídio do Serrotão,
juntamente com Adriano “cabeça”, conseguiu articular e levantar o atual
endereço dela.
Ela estava, inclusive, recém-casada.
O Jean e o “cabeça” conseguiram levantar
tudo através do “coroa” que é motorista de transporte clandestino.
A
TRAMA
Como Jessikaline era motorista de
transporte clandestino um dos executores argumentou junto a ela que queria
fazer uma corrida para uma vaquejada e a Jessikaline teria que pegar ele e
outras pessoas nas proximidades do colégio Ana Amélia/Bodocongó.
Ela aceitou a corrida.
Esse dia foi 04 de março, mas a
Jessikaline se fez acompanhada do marido.
Quando Alex e o menor viram a mulher
acompanhada do marido desistiram da investida.
O crime teria que ser executado antes do
dia 16 de março, pois neste dia Jessikaline iria depor contra Jean.
O
DIA DO CRIME
No dia do crime (05 de março) Alex volta
a ligar para Jessikaline confirmando que iria para a vaquejada, porém faltava o
veículo do crime.
Foi então que o Zerisvaldo “coroa”
entrou na jogada novamente.
Ele levou os menores para frente da
Alpargatas e apontou qual moto seria roubada, justamente a moto de mototaxista
amigo dele. Um menor pegou a corrida e outro menor foi com Zerisvaldo para as
imediações do CAIC/Malvinas esperar o comparsa para efetivar o roubo da moto.
A corrida foi feita e no CAIC ocorreu o
roubo do veículo que serviria ao homicídio.
A motocicleta foi levada para os fundos
do Conjunto Acácio Figueiredo e estava pronta para os executores.
A arma utilizada neste assalto foi a
mesma que matou Jessikaline.
A
EXECUSSÃO DO PLANO
No início da noite um dos adolescentes
(de 16 anos) pegou a moto e levou até a casa de Alex e partiram (os dois) para
as imediações do colégio Ana Amélia onde Jessikaline esperava para fazer a
corrida.
O menor ficou na motocicleta, Alex
entrou no carro e efetuou dois tiros e fugiu com o comparsa.
COMO
A POLÍCIA CHEGOU AOS CULPADOS
No curso das investigações foi
descoberto que o assassino estava preso em Juazeirinho, no Cariri, por causa de
um crime de roubo.
O apoio da 12ªDSPC, através de Henry
Fábio e Gilson Teles, foi de extrema importância.
O Alex foi preso em Juazeirinho com arma
que assaltou o mototaxista e que matou Jessikaline.
A equipe de investigação teve acesso ao
revólver e solicitou confronto balístico.
O IPC foi determinante: a arma
apreendida era justamente a que matou a jovem.
(Do www.renatodiniz.com)
Pararbens a PC da nossa Paraiba. Excelente trabalho investigativo. Dando provas para o Judiciario condenar e fazer cumprir a Lei, contra estes covardes assasinos!
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