A cantora Ângela Maria, uma das maiores
do Brasil, morreu no final da noite deste sábado (29/09) em São Paulo.
Ela tinha 89 anos e estava internada há
cerca de um mês, no Hospital Santa Maggiore, segundo informou seu marido, o
empresário Daniel D’Angelo.
Não há informações sobre o motivo de a
cantora ter sido internada tampouco sobre a causa da morte.
D'Angelo informou sobre a morte da
cantora, uma das rainhas do rádio e de estrondoso sucesso entre os anos de 1950
e 1960, em um vídeo no Facebook.
"É com meu coração partido que eu
comunico a vocês que a minha Abelim Maria da Cunha, e a nossa Ângela Maria,
partiu, foi morar com Jesus", disse emocionado, ao lado de Alexandre,
um dos filhos adotivos do casal e de outro rapaz.
No vídeo, D'Angelo conta que Ângela
Maria foi vencida após 34 dia internada em um hospital em São Paulo e de muito
sofrimento.
A página oficial de Ângela Maria no
Facebook informou que velório e sepultamento serão realizados neste domingo
(30) no Cemitério Congonhas.
NOME
ARTÍSTICO
Abelim Maria da Cunha, verdadeiro nome
de Ângela Maria, nasceu em Macaé, Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1928.
Filha de pastor protestante, passou a
infância nas cidades fluminenses de Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti.
Desde menina cantava em coro de igrejas.
Foi operária tecelã, mas sonhava com o
rádio, embora a família fosse contra a carreira artística.
Por volta de 1947, começou a frequentar
programas de calouros. Apresentou-se no “Pescando Estrelas”, de Arnaldo Amaral,
na Rádio Clube do Brasil (hoje Mundial); na “Hora do Pato”, de Jorge Curi, na
Rádio Nacional; no programa de calouros de Ari Barroso, na Rádio Tupi; e do
“Trem da Alegria”, dirigido pelo "Trio de Osso" - os magérrimos
Lamartine Babo, Iara Sales e Heber de Bôscoli -, na Rádio Nacional.
Naquela época, usava o nome de Ângela
Maria, para não ser descoberta pela família.
Ainda era inspetora de lâmpadas numa
fábrica da General Eletric e, decidindo tentar a carreira de cantora, abandonou
a família e foi morar com uma irmã no subúrbio de Bonsucesso.
ERA
DO RÁDIO
Em 1948 conseguiu lançar-se como crooner
no Dancing Avenida, onde impressionou os compositores Erasmo Silva e Jaime
Moreira Filho, que a apresentaram a Gilberto Martins, diretor da Rádio Mayrink
Veiga.
Feito o teste, começou carreira na
emissora.
Firmando-se a partir de 1950 como
intérprete, em 1951 estreou na RCA Victor em disco com “Sou feliz” e “Quando
alguém vai embora”.
No ano seguinte, sua gravação do samba
“Não tenho você” bateu recordes de venda, marcando o primeiro grande sucesso de
sua carreira.
PRINCESA
E RAINHA DO RÁDIO
Durante a década de 1950, atuou
intensamente nas rádios Nacional e Mayrink Veiga, como a estrela de “A Princesa
Canta”, nome derivado de seu título de “Princesa do Rádio”, um dos muitos que
recebeu em sua carreira.
Em 1954, em concurso popular, tornou-se
a “Rainha do Rádio”, e no mesmo ano estreou no cinema, participando do filme
“Rua sem sol”.
“SAPOTI”
Apelidada “Sapoti” pelo presidente
Getúlio Vargas, tornou-se a cantora mais popular do Brasil durante a década de
1950, alcançando os maiores êxitos com os sambas-canções “Fósforo queimado”,
“Vida de bailarina”, “Orgulho”, “Ave Maria no morro” e “Lábios de mel”.
Um de seus grandes sucessos na segunda
metade da década de 1960 foi a canção “Gente humilde”.
Em 1982 foi lançado o LP Odeon com Ângela
Maria e Cauby Peixoto, primeiro encontro em disco dos dois intérpretes.
Em 1992 apresentou-se com Cauby no show
Canta Brasil, e lançou o disco "Ângela e Cauby ao vivo".
Em 1996, foi contratada pela gravadora
Sony Music e lançou o CD “Amigos”, com a participação de vários artistas como
Roberto Carlos, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Chico Buarque, entre outros.
O trabalho foi um sucesso, celebrado num
espetáculo no Metropolitan (Claro Hall), no Rio de Janeiro, e um especial na
Rede Globo.
O disco vendeu mais de 500 mil cópias.
(Do G1)
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