sábado, 23 de janeiro de 2021

NEM AS CRISES, NEM A CONCORRÊNCIA. FOI A DIREÇÃO QUE QUEBROU OS ÔNIBUS

O jornalista Lenildo Ferreira e o professor, publicitário, especialista em marketing político digital, Emerson Saraiva, construíram dois textos impecáveis “tratando” o transporte de passageiros em Campina Grande.

Lenildo postou o texto - Nem as crises, nem a concorrência. Foi a direção que quebrou os ônibus - como editorial do seu site o Hora Agora (www.horaagora.com.br) após os proprietários de empresas de ônibus se reunirem com o prefeito Bruno Cunha Lima, e Emerson fez um comentário em cima do texto de Lenildo e foi mais adiante...
Uma verdade em dois textos.
O QUE ESCREVEU LENILDO
“Nem as crises, nem a concorrência. Foi a direção que quebrou os ônibus
Proprietários das empresas de ônibus de Campina Grande estiveram reunidos hoje com o prefeito Bruno Cunha Lima para dar curso à política de gestão que os representantes do segmento mais têm desenvolvido nos últimos anos: o lamento, a autopiedade e o clamor por benefícios da parte do poder público.
O problema é que o dilema está chegando a um nó górdio no qual resta muito pouco a ser feito pelo Município que, ano após ano, busca medidas para socorrer o serviço, que é essencial, a fim de tentar evitar que milhares de cidadãos fiquem desassistidos.
A crise é real, a crise do segmento já era crescente, a concorrência com os serviços de transporte por aplicativo e clandestinos piorou tudo e, finalmente, a pandemia tirou outra fatia dos passageiros, principalmente estudantes, deixando o setor sem freio numa ladeira a caminho do abismo.
Mas, esse itinerário desastroso começou muito tempo atrás e, vale o trocadilho, por falta de condução adequada.
Nos tempos das vacas gordas, em que o ônibus era a única opção para a quase totalidade da massa, o mesmo empresariado fazia pouco caso dos graves problemas do serviço.
Rotas mal atendidas, funcionários pouco qualificados e ainda menos educados, horários truncados e uma rotina de passageiro pagando caro para ser tratado como sardinha em lata eram itens de uma cultura empresarial que não reconhecia o usuário como cliente.
A lei do mercado veio a colidir com essa visão medíocre.
O tempo tratou de trazer outras opções e o passageiro que pôde saltou antes do ponto final.
E foi aí que os magnatas descobriram, provavelmente tarde demais, que não eram os ônibus que levavam o povo, mas o povo que carregava o transporte público.
(Texto do www.horaagora.com.br)
O QUE COMENTOU EMERSON
“Além de todo o exposto de forma clara e objetiva na matéria, o sistema de ônibus de Campina Grande é um estrondoso caso de fracasso de comunicação e marketing.
Ao longo de anos e anos não se tem notícia de uma campanha promovida pelas empresas, através do sindicato que concentra suas estratégias mercadológicas, com o objetivo de mostrar qualquer aspecto positivo que fosse dos serviços prestados.
Gastaram milhões desde o início da crise com o único objetivo de tentar combater seus ‘inimigos’, ocupando valiosos espaços de mídia para dizer que ‘Transporte Clandestino é Crime!’, tentando, por um lado, jogar a população contra mototaxistas e motoristas de alternativos, e, por outro, fazendo chantagem e tentando constranger os órgãos encarregados de fiscalizar o tal ‘crime’.
Burrice gigantesca imaginar que a população poderia se virar contra trabalhadores pobres tentando sobreviver e, além disso, oferecendo serviços que se não garantiam a mesma segurança do transporte legalizado, ofereciam a praticidade de um serviço que tapava o enorme buraco da incompetência do setor, pelo menos no sentido de tentar atrair alguma simpatia da população mostrando o que eventualmente tivesse de bom a oferecer.
E a estratégia utilizada foi tão desastrosa e contribuiu muito para a crise justamente por isso: criou na população uma percepção de que não apenas as empresas usam seu poder econômico para perseguir e criminalizar cidadãos que tentam sobreviver através do trabalho honesto (mesmo sendo ‘clandestino’) pelo fato de que não têm nada de bom para oferecer aos usuários.
A mensagem implícita que criaram com tanto amadorismo foi algo como ‘nosso serviço é péssimo e caro, nós tratamos você mal pra caralho e não estamos nem aí pra dar qualquer satisfação, porque somos um monopólio e ninguém vai nos tirar daqui, então você é obrigado a usar essa merda de qualquer jeito porque a outra opção é ilegal’.  
Aí quebra e a culpa é de todo mundo, menos de quem fez a cagada”.
(Por www.renatodiniz.com)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.