quinta-feira, 13 de outubro de 2022

MORTE DE MULHER NO MAJOR VENEZIANO: AUTOR DO TIRO SE APRESENTA NA PC

*O que ele disse em depoimento e o que disse o delegado
O autor do tiro que matou a jovem Leidjane Maria de Sousa Silva se apresentou com advogado na manhã desta quinta-feira (13/10) ao delegado Ramirez São Pedro da Delegacia de Homicídios.

Por aproximadamente uma hora e meia ele prestou depoimento.
Na noite da terça-feira (11) Richardson da Silva, 19 anos, participava do aniversário da amiga em um apartamento no Major Veneziano/Bairro das Cidades, em Campina Grande, e a atingiu com um disparo de revólver na cabeça.
Na madrugada de ontem ela morreu no Hospital de Trauma.
Ele disse que o tiro foi acidental.
Richardson vai responder o crime em liberdade.
SETE PESSOAS JÁ FORAM OUVIDAS          
Conforme o delegado Ramirez São Pedro, na noite em que aconteceu o crime a PC foi ao local “
ouvimos sete testemunhas ainda no momento e elas declinaram que estava ocorrendo o festejo (era data de aniversário da vítima e que o suspeito não teria nenhum motivo aparente para atentar dolosamente contra a vítima). As primeiras informações davam conta de que ele acidentalmente teria feito um disparo contra Leidjane e teria fugido do local para não ser preso (o que acaba sendo comum na esfera criminal, como também instigado por alguns populares que o orientaram a sair da cena do crime). Faltavam alguns detalhes, como por exemplo: a quem pertencia essa arma, as circunstâncias do disparo e se realmente havia alguma motivação para ele ou para alguns dos seus amigos atentarem contra a vítima”.
O INTEROGATÓRIO
Hoje nós interrogamos aqui o Richardson por mais de uma hora (foram cinco páginas de interrogatório). Ele deixou bem claro que era amigo da vítima desde a sua infância, desde a sua adolescência. Não havia nenhuma relação íntima, afetiva, nenhum relacionamento amoroso entre os dois. Eram amigos. Considerava ela uma irmã (era muito amiga da família dele). E no dia do fato ele tinha ido a um clube (uma piscina próximo ao Major Veneziano com seus parentes, com suas sobrinhas, suas primas) e ao retornar foi ao apartamento de uma amiga juntamente com seu primo e outro amigo onde ficaram bebendo e conversando”.
O DISPARO...
Em determinado momento a vítima chegou com a dona do apartamento e ficaram conversando na sala. Ele estava armado e estava com essa arma sobre a perna em cima do sofá. A vítima tinha visto a arma e curiosamente pediu para manusear. Ele disse que neste momento abriu o tambor do revólver, tirou as munições e entregou a ela. Ela ficou ainda manuseando e no momento em que devolveu a arma pra ele (Richardson fez um gesto abrupto de abrir e fechar o tambor acreditando que arma estaria desmuniciada quando então houve o disparo). Ele disse que neste momento estava sentado no sofá e a Leidjane estava de pé, próximo à porta (pela questão da estatura dela o disparo atingiu a cabeça da vítima). Naquele desespero ele fugiu e levou a arma e lançou nas imediações do Conjunto Major Veneziano”.
A ORIGEM DA ARMA...
Ele alega que comprou a arma havia cerca de dois meses pois houve uma desavença entre sua mãe e alguns moradores da região e ele ficou receoso de haver alguma retaliação e de forma irresponsável comprou essa arma... O crime por ele estar portando a arma é absolvido (por esse tipo de situação pelo crime de homicídio – que é um crime mais grave). Então ele não vai responder por dois crimes (por estar com uma arma ilegal). Nós vamos analisar a questão da compra dessa arma, a quem ele comprou (e isto também está sendo apurado nos altos)”.
O CRIME É DE HOMICÍDIO CULPOSO (QUANDO NÃO HÁ INTENÇÃO DE MATAR)
De pronto a gente já começa a descartar alguns pontos, por exemplo: não houve ocorrência de feminicídio (não havia relação íntima de afeto, não havia coabitação, ele não efetuou o disparo pela questão do gênero feminino, ele não queria matar Leidjane). Então assim: a linha de investigação continuará, nós temos 30 dias para concluir, mas tudo indica pelo indiciamento dele por ‘homicídio culposo’. Novas testemunhas serão ouvidas. Ele estava em companhia de outras pessoas no apartamento no momento do disparo. Tinha outras pessoas na festa de aniversário dela (embaixo). Creio que vamos escutar cerca de dez pessoas. Ainda falta chegar laudo pericial. Nós pedimos análises de vestígios no apartamento, onde ocorreu os fatos. Tinha sangue no local. O laudo cadavérico também foi liberado. Nós vamos analisar com bem calma e chegarmos a uma conclusão. No momento tudo leva a um ‘homicídio culposo’ ... O que ficou claro, como eu disse, é que não havia motivação, não havia motivo aparente para ele atentar, querer matar a vítima. As testemunhas são claras neste sentido ele também foi sincero, bem direto no depoimento dele, não deixou nenhuma brecha, nenhuma lacuna que a gente possa duvidar das palavras dele, é uma fatalidade. Vai ser indiciado, vai ser processado (certamente), vai depender do entendimento do Ministério Público, mas a gente afasta a questão do feminicídio e do homicídio doloso”.
Quando terminou o depoimento Richardson disse que só queria o perdão da família de Leidjane, que sentia muito pelo ocorrido e que não teve intenção de matar.
Ele estava acompanhado do advogado Jefferson Maia.
(Por www.renatodiniz.com)

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