sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

GOVERNO APURA SE GARIMPEIROS ENGRAVIDARAM 30 ADOLESCENTES YANOMAMI

O governo federal apura a denúncia de que 30 meninas Yanomami engravidaram de garimpeiros ilegais na Terra Yanomami.
A informação é do ministro de Direitos Humanos (MDHC) e da Cidadania, Silvio Almeida.

O Ministério Público Federal também vai investigar o caso.
"Estamos fazendo um relatório de violação de direitos humanos neste contexto, e a Secretaria Nacional da Criança e do Adolescente, ao colher as informações, chegou a informação de que haveria ao menos 30 adolescentes grávidas dos garimpeiros.", disse ele em entrevista à GloboNews.
A informação foi reportada à pasta dos direitos humanos em uma das visitas da equipe à capital do estado para apurar possíveis violações aos direitos humanos dos indígenas.
Uma das primeiras reuniões ocorreu com lideranças locais.
Após ouvi-los, os secretários afirmaram que os indígenas vivem um "cenário de insegurança" no território.
Agora, com a nova suspeita, o ministério deve ouvir as pessoas envolvidas. Relatos de que garimpeiros estupram mulheres e meninas Yanomami já foram citados por lideranças em relatórios sobre os invasores na reserva.
MEDO DA VIOLÊNCIA SEXUAL
O relatório "Yanomami Sob Ataque", de abril do ano passado, reuniu dezenas de depoimentos em que mães descreviam o medo da violência sexual cometida por garimpeiros.
O material evidenciou que os invasores exigiam sexo com meninas e mulheres Yanomami em troca de comida.
"Os garimpeiros têm sempre uma louca vontade de transar. Quando as pessoas disseram que eles se aproximavam, eu fiquei com medo. Por isso, desde que ouço falar dos garimpeiros, eu vivo com angústia", citava um dos relatos.
O relatório também citava que indígenas eram embriagadas antes de serem estupradas pelos invasores.
"Os garimpeiros estupraram muito essas moças, embriagadas de cachaça", afirmava outro depoimento.
Maior território indígena do Brasil, a Terra Yanomami enfrenta uma das piores crises sanitárias da história em três décadas de demarcação.
Devido ao avanço do garimpo ilegal na região, crianças e adultos enfrentam casos severos de desnutrição e malária.
A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente, com desmatamento, poluição de rios com mercúrio e prejuízos para a caça, de onde saem recursos naturais dos indígenas.
(g1)

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