A vereadora Raíssa Lacerda, de João Pessoa, foi presa na manhã desta quinta-feira (19/09) durante a segunda etapa de uma operação da Polícia Federal (PF) que tinha o objetivo de combater o crime de aliciamento violento de eleitores.
Ela é candidata à reeleição e é suspeita
de liderar um esquema que se utilizava de violência e de outros meios ilegais
para tentar obrigar que pessoas de determinados bairros votassem nela.
Além de Raíssa (PSB), outras três
pessoas foram presas.
Um quinto suspeito com Mandado de Prisão
ainda está sendo procurada.
Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos,
Taciana Batista do Nascimento e Kaline Neres do Nascimento e a vereadora Raíssa
Lacerda (PSB) foram encaminhadas para a Penitenciária Júlia Maranhão em João
Pessoa.
A audiência de custódia aconteceu no
Fórum Criminal da capital.
A operação teve ainda um quinto alvo de
Mandado de Prisão, identificado como Keny Rogeus Gomes da Silva, marido de
Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos.
O suspeito já estava preso no Presídio
PB1, em João Pessoa, e é apontado como chefe da facção Nova Okaida.
A assessoria de Raíssa Lacerda informou
por meio de nota que acordou perplexa e consternada com a prisão da vereadora e
reiterou a inocência dela.
"Como dito anteriormente, Raíssa
não possui nenhuma ligação com as pessoas que foram citadas no processo da
operação 'Território Livre' e a verdade virá à tona e será esclarecida".
(Kaline e Taciana) |
Raíssa Lacerda, vereadora de João Pessoa e suspeita de liderar o
esquema;
Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, suspeita de pressionar moradores do Bairro São
José para determinar em quem eles devem votar;
Taciana Batista do Nascimento, usada por Pollyana para exercer influência na
comunidade.
É
ligada ao centro comunitário Ateliê da Vida;
Kaline Neres do Nascimento Rodrigues, articuladora de Raíssa Lacerda no Alto do Mateus.
Suspeita
de ter ligação com facções do bairro;
Keny Rogeus Gomes da Silva, marido de Pollyanna e apontado como chefe da
facção Nova Okaida (já estava preso no PB1);
Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos é
suspeita de pressionar moradores do bairro São José para determinar em quem
eles devem votar.
O advogado Aécio Farias, da defesa de
Pollyana, informou que ela "nega
veementemente qualquer conduta ilícita" e que também entrou com um pedido
de habeas corpus.
Taciana Batista do Nascimento era usada
para exercer influência na comunidade e é ligada ao centro comunitário Ateliê
da Vida.
O advogado Felipe Pedrosa, que
representa Pollyanna e Taciana, disse que ambas colaboraram com a Justiça e que
as prisões preventivas vão desnecessárias.
A soltura delas foi solicitada à
Justiça.
Kaline Neres é articuladora de Raíssa
Lacerda no Alto do Mateus e suspeita de ter ligação com facções do bairro.
O advogado Emanuel de Alcântara,
responsável pela defesa de Kaline, informou que "não tem nenhum material
comprobatório que incrimine e nem que caracterize os crimes incrutados a ela".
A defesa comunicou também que entrou com um pedido de habeas corpus.
A defesa de Keny Rogeus preferiu não se
manifestar.
Foram cumpridos também sete mandados de
busca e apreensão em diferentes bairros da cidade.
Policiais federais compareceram mais
cedo ao centro comunitário Ateliê da Vida, localizado no São José, que é um dos
alvos dos mandados.
Documentos foram levados do local para
auxiliar nas investigações e para servir como provas eventuais.
A Procuradoria-Geral da Câmara Municipal
de João Pessoa, por meio de nota, informou que "vem acompanhando de perto os desdobramentos da Operação Território
Livre" e que "confia no
trabalho da Justiça e no devido processo legal".
OPERAÇÃO
TERRITÓRIO LIVRE
A operação é batizada de
"Território Livre", em referência à liberdade que os eleitores devem
ter de ir e vir e também de exercer o seu voto.
No dia 10 de setembro, uma primeira
etapa da operação já tinha sido realizada.
Naquele dia, três Mandados de Busca e Apreensão
foram cumpridos e R$ 35 mil em dinheiro foram apreendidos.
Na oportunidade, Raíssa já era alvo da
operação, porque um dos mandados de busca aconteceu na residência da vereadora.
Ela alegou à época que era vítima de
perseguição.
Na atual legislatura, Raíssa Lacerda
ficou como suplente, mas assumiu a titularidade da vaga deixada pelo vereador
Professor Gabriel, que morreu no fim de maio deste ano devido a complicações
decorrentes de um acidente vascular cerebral isquêmico.
Antes de retornar à Câmara Municipal,
Raíssa era secretária-executiva de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura
de João Pessoa.
Ela foi presa dois dias antes da
proibição de prisão de candidatos estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitor
(TSE) durante o período eleitoral.
A partir deste sábado (21/09),
candidatos não podem ser presos, salvo no caso de flagrante delito.
O
que é o aliciamento eleitoral, de acordo com o TRE?
Aliciamento de eleitor é a prática
adotada por candidato, partido ou correligionário que consiste na tentativa de convencer
o eleitor, utilizando-se de meios ilegais, a votar em candidato ou partido
diferente daquele em que naturalmente votaria, não fosse a ação de
convencimento.
O aliciamento é crime eleitoral, e é
punível com detenção de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de
serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a 15
mil UFIRs.
(Do g1 PB)
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