A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (26/09) uma operação em São Bento, no Sertão paraibano, com objetivo de desmantelar um esquema de compra de votos e aliciamento violento de eleitores, espécie de “novo voto de cabresto”.
Foram cumpridos 22 Mandados de Busca e Apreensão
expedidos pela 69ª Zona Eleitoral.
Segundo a PF, vários dos envolvidos possuem
extensa ficha criminal, inclusive por crimes violentos, “o que levava aos cidadãos, por medo, a concordar em votar em no
candidato determinado pela organização.”
Um dos alvos foi o vice-prefeito de São
Bento, Rafael
Silva Cavalcante, conhecido como “Rafinha Banana”.
Duas pessoas foram presas em flagrante
por posse de arma de fogo de uso restrito, tendo sido apreendidas várias armas,
de diversos calibres, desde uma metralhadora “.40” até pistolas “9mm”, “380” e
revólveres.
Também foram apreendidos aparelhos
celulares e diversos documentos que tem ligação com a investigação.
Mas foi a arrematação de um bolo por “104
mil reais”, em leilão de igreja realizado em janeiro, que motivou operação
contra compra de votos e aliciamento no Sertão.
Rafinha Banana, candidato a
vice-prefeito de São Bento, arrematou um bolo por um valor desmedido e a ação
fez o Ministério Público investigar o caso, conforme o g1.
O nome da operação da PF hoje foi “Coactum”.
Segundo o g1, o MP suspeitou quanto ao
valor pago pelo bolo e que pré-candidatos às eleições municipais de 2024 se
aproveitaram desse evento para fazer propaganda eleitoral antecipada, mediante
lances com altos valores.
O órgão explicou que houve prática de
abuso de poder econômico.
Na época do leilão, o padre Gleiber
Dantas, afirmou que tradicionalmente o bolo é o bem mais disputado no leilão da
paróquia de São Bento.
O primeiro lance, em 19 de janeiro, foi
de "5 mil reais".
No entanto, o objeto se tornou alvo da
disputa de dois grupos políticos, de situação e oposição, no município, ambos
liderados por primos do religioso, que tem familiares na Paraíba.
O valor subiu surpreendentemente, até um
lance de “70 mil reais” ser superado por outro de R$ 100 mil.
"Teve uma hora que me deu medo,
porque eram dois grupos muito fortes, e ali o que mais estava em cena era
mostrar que quem tirasse o bolo tinha mais força política",
afirmou.
O bolo foi arrematado por Rafinha
Banana.
Segundo a investigação, esse valor foi
pago através de duas transferências no valor de “50 mil reais”, realizadas em
nome de terceira pessoa, e complementadas por um outro depósito, de “4 mil
reais”, feito por uma quarta pessoa.
O g1 aponta que analisado pelo
Ministério Público, em vídeos produzidos no evento, houve a exposição exagerada
de alguns nomes de pessoas que seriam, umas, pré-candidatas a prefeito e
vice-prefeito das eleições municipais deste ano, e outras do ramo empresarial.
O Ministério Público também tomou
conhecimento de que um grupo de pessoas ligadas ao candidato Rafinha Banana
estariam fazendo o uso de armas de fogo em diversos eventos do município e
circulando em São Bento com grande quantidade de dinheiro em veículos,
comprando votos.
O MP também especificou que pessoas do
grupo dele e também o próprio Rafinha Banana teriam envolvimento com casas de
apostas e rifas, sendo considerado lavagem de dinheiro.
As duas pessoas presas foram
identificadas como “Anne” e “Joelmir”.
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