O bebê de um ano e onze meses que morreu na quarta-feira (24/09) em João Pessoa, após agressões, era vítima de maus-tratos diversos, segundo depoimentos de familiares e vizinhos.
A delegada Flavia Assad
deu detalhes sobre o caso na manhã desta quinta-feira (25).
"Inúmeros relatos de várias
testemunhas, de forma inequívoca, revelaram a questão desses maus-tratos, e na
condição de higiene e alimentação", informou a delegada Flávia
Assad.
O corpo do bebê Henry Gabriel foi
enterrado no final da manhã desta quinta-feira (25) em um cemitério no Bairro
Cristo Redentor, em João Pessoa.
Na ocasião, o pai do menino, que está
preso pelo crime de tráfico de drogas, esteve presente escoltado pela Polícia
Penal.
O padrasto da criança foi preso e autuado
por maus-tratos com resultado morte, e a mãe, que tem 17 anos, foi apreendida
por infração análoga.
VIZINHOS ESTRANHARAM A AUSÊNCIA DO
MENINO
Foram ouvidos familiares e vizinhos da
criança, que relataram a identificação de marcas de agressões, justificadas
pela mãe como consequência de quedas, além de negligência na alimentação e
higiene.
Henry Gabriel costumava brincar pelos
corredores do condomínio onde morava, no Bairro Colinas do Sul, e, muitas
vezes, era cuidado pelos vizinhos, que estranharam a falta dele na terça-feira
(24).
“Os vizinhos o alimentavam, cuidavam
dele, e causou muita estranheza que, na terça-feira, ninguém viu essa criança.
Uma criança que sempre estava lá, sempre estava no térreo”.
Ainda segundo a delegada Flávia Assad,
vizinhas relataram que o menino, apesar de ainda não saber falar, chamava-os
pelo nome ou de “mãe”.
“Era uma criança que chamava, apesar
da fala não ter desenvolvido a falar ainda, mas tinha o costume de chamar todas
pelo nome e algumas mulheres que ele não sabia o nome, ele chamava por mãe”.
A avó paterna da criança, Luiza de Souza,
contou que o surgimento de machucados no corpo do neto era recorrente, mas era
explicado pela mãe como provocados por quedas sem importância.
“Vivia aparecendo machucado aqui,
machucado ali, mas ninguém falava não, escondiam de mim. ‘Ele só caiu’”,
disse a avó paterna.
NECRÓPSIA APONTOU VIOLÊNCIA
Segundo o IPC, o corpo da criança
apresentou traumatismo craniano e marcas de violência na região do abdome.
A morte foi causada por uma ruptura no
fígado que causou hemorragia interna.
Ainda conforme o laudo, foram descartados
sinais de violência sexual.
Henry Gabriel deu entrada já sem vida no
Hospital da Mulher, na manhã desta quarta-feira (24).
Ainda não há informações se o bebê morreu
na mesma data ou no dia anterior.
O laudo médico do IPC vai ficar pronto
dentro do prazo legal de dez dias.
(Por g1 PB)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.