O influenciador e empresário Gabriel Spalone, alvo de Mandado de Prisão Temporária por suspeita de participar de um esquema de desvio de “146 milhões de reais” via PIX, foi preso na noite deste sábado (27/09) ao pousar no Aeroporto Internacional da Argentina, em Buenos Aires, depois de ser incluído na Difusão Vermelha* de procurados da Interpol.
De acordo com a Polícia Federal, a prisão
foi feita com apoio da Polícia Civil de São Paulo e das autoridades da
Argentina, Panamá, Paraguai e Estados Unidos.
A nota diz ainda que Gabriel deve ser
extraditado para o Brasil.
Segundo o advogado Eduardo Maurício, que
representa o empresário, foi requirido um pedido de revogação da prisão e para
a exclusão do influenciador da lista da Interpol.
Também foi feita uma denúncia na Corte
Interamericana de Direitos Humanos, para que Gabriel possa responder o processo
em liberdade.
Na sexta-feira (26), Gabriel chegou a ser
detido no Aeroporto Internacional do Panamá, mas foi liberado em menos de 24
horas após as autoridades locais serem informadas de que ele não possuía ordem
de prisão internacional e que nem estava na lista da Interpol naquele momento.
Maurício disse que as autoridades do
Panamá o liberaram para seguir viagem a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Sua
defesa também afirmou que a prisão no Panamá havia sido "ilegal e
abusiva".
Contudo, horas depois, Gabriel foi
incluído no alerta vermelho da Interpol. Segundo Paulo Barbosa, delegado chefe
da Divisão de Crimes Cibernéticos, "a inclusão do nome do Gabriel Spalone
na Difusão Vermelha foi resultado de uma ação conjunta da Polícia Civil de São
Paulo com a Polícia Federal".
Ao pousar em Buenos Aires, Argentina,
depois de sair do Panamá, Gabriel foi preso pela Interpol dentro do avião.
Ele
será transferido para o Brasil para ficar à disposição da Justiça.
(*Difusão Vermelha,
também conhecida como "lista vermelha" é um mecanismo internacional
para o compartilhamento de informações de foragidos internacionais. Atualmente,
a organização possui 19 bancos de dados à disposição das polícias do mundo, entre
eles, de impressões digitais, perfis de DNA, documentos falsificados e obras de
arte, por exemplo).
ESQUEMA DE DESVIO
Na última terça-feira (23), a Delegacia de
Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de São Paulo fez uma operação para cumprir
Mandados de Busca e Apreensão e Prisão Temporária contra Gabriel Spalone, mas o
influenciador não foi encontrado.
Ele é suspeito de participação em um
esquema que desviou R$ 146 milhões via PIX de um banco e de empresas vítimas
das transferências ilegais.
Outras duas pessoas foram presas.
Guilherme Sateles Coelho e Jesse Mariano da Silva teriam se beneficiado em
quase R$ 75 milhões do esquema.
Os investigadores dizem que o esquema
envolvia empresas criadas por Gabriel Spalone, que ofereciam serviços
financeiros digitais, como transações de câmbio, criptomoedas e pagamentos.
Elas não tinham autorização do Banco
Central para operar transferências diretas via PIX.
Então, usavam o sistema de bancos ou
empresas financeiras que têm autorização para realizar a operação.
Esta intermediação é o chamado o PIX
indireto, que é ilegal desde janeiro, quando o Banco Central endureceu regras
para fintechs, como as de Gabriel.
Segundo a polícia, em fevereiro deste ano,
as empresas dele realizaram em menos de 5 horas mais de 600 transferências
ilegais por pix indireto, de 10 contas de um único banco, totalizando R$ 146
milhões.
O banco conseguiu identificar a fraude e
recuperar R$ 100 milhões.
(Do g1)
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