A Polícia Civil prendeu na sexta-feira (19/09) Diego Fernandes de Souza, conhecido como Minotauro, apontado como o maior ladrão de casas de alto padrão do estado de São Paulo.
O criminoso, de 40 anos, foi capturado em
Paraisópolis, na Zona Sul da capital, durante uma operação que também recuperou
20 obras de arte roubadas, entre elas dois quadros de Alfredo Volpi avaliados
em cerca de “6 milhões de reais”.
Segundo os investigadores, as obras
estavam escondidas em um imóvel usado pelo suspeito e embaladas em
plástico-bolha.
Parte do material roubado vinha sendo
vendida desde 2021 no mercado informal por até “150 mil reais”.
“Hoje foram localizados 20 quadros.
Dois deles avaliados em cerca de ‘3 milhões de reais’ cada. O morador da casa
que guardava as obras também será preso por receptação”, afirmou o
delegado Fábio Sandrin, responsável pela investigação.
O delegado-geral da Polícia Civil, Osvaldo
Nico Gonçalves, disse na sexta que a prisão surpreendeu — o criminoso estava
foragido por roubo, formação de quadrilha e porte ilegal de armas.
Para ele, que acompanha os casos
envolvendo roubos deste tipo, Minotauro é o maior ladrão do país.
“Ele é o maior bandido que conheço,
o ladrão número 1 de São Paulo, o maior do Brasil”, declarou.
Conforme as investigações, ele liderava
quadrilhas especializadas em assaltos em casas de luxo, principalmente na
região do Morumbi, na Zona Sul, devido à proximidade geográfica com a favela de
Paraisópolis, onde vivia e armazenava as cargas roubadas.
CARREIRA NO CRIMENatural de Taboão da Serra, na Grande São
Paulo, Minotauro tem antecedentes por porte ilegal de arma, roubo e furto em
residências e condomínios de alto padrão.
O nome dele aparece em ao menos 14
inquéritos desde 2016.
Na época, Minotauro atuava apenas como
“chaveiro” das quadrilhas, abrindo portas para que os comparsas entrassem nos
imóveis de luxo.
Com o tempo, decidiu montar sua própria
equipe e passou a coordenar os assaltos.
“Ele viu que como chaveiro não teria
êxito na vida do crime e decidiu fazer os roubos ele mesmo, montar a própria
equipe.”, disse o delegado Sandrin.
Segundo a polícia, Minotauro se consolidou
como mentor das quadrilhas, fornecendo logística e coordenando os crimes.
Em muitos casos, ele nem precisava estar
presente nas ações.
"Ele coordenava e fornecia a
logística para ações criminosas, porque ele sabia que a gente estava cada vez
mais próximo [da prisão dele]", afirmou o delegado do Departamento
Estadual de Investigações Criminais (Deic) Clemente Calvo Castilhone Júnior.
Ainda segundo o delegado, o suspeito era
violento com as vítimas que rendia durante os assaltos.
"Ele [Minotauro] amarrava as
pessoas e batia [nelas]. Em algumas ações, ele não estava presente, mas
coordenava as equipes. Mesmo não tendo uma presença física, planejava e dava
início à execução com seus comparsas", disse.
IMPACTO DA PRISÃOForagido por roubo, formação de quadrilha
e porte ilegal de armas, Minotauro foi detido em Paraisópolis e é suspeito de
ter participado da tentativa de assalto a um condomínio no Morumbi, horas
antes.
A participação dele neste roubo ainda será
confirmada pela polícia.
O crime foi frustrado com a chegada da
Polícia Militar, acionada pelos moradores do bairro.
Câmeras de segurança registraram a ação.
Após a prisão do criminoso, a Polícia
Civil afirmou acreditar que os índices de roubos a residências na capital pode
até diminuir.
“Com certeza a prisão do Minotauro
vai desmantelar essa quadrilha e abaixar os índices de roubos de casas em São
Paulo”, disse o delegado do Deic Clemente Calvo Castilhone Júnior
durante entrevista a jornalistas na sexta.
A operação foi conduzida pela equipe da 4ª
Delegacia do Patrimônio do Departamento Estadual de Investigações Criminais
(Deic).
(Do g1)
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