*Ela usava carteira falsa da OAB-PB
Uma mulher de 55 anos, suspeita de atuar
como falsa advogada, foi detida na manhã desta quarta-feira (18/12), em
Itapemirim, no Sul do Espírito Santo e foi liberada após prestar depoimento.
Segundo a Polícia Civil, a mulher fraudou
a inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil da Paraíba (OAB-PB) e usava uma
carteira falsa para prestar atendimento a presos, incluindo lideranças de
facções criminosas.
A ação ocorreu durante a Operação
Falsária, deflagrada pela Delegacia de Polícia de Marataízes, com apoio da
Inteligência da Polícia Penal.
As investigações começaram em agosto deste
ano.
Segundo a Polícia Civil, a mulher forjou
um certificado de aprovação no Exame da Ordem com data de 1992.
Apesar de não ter aprovação no exame, ela
se formou em Direito em 2015.
Ainda de acordo com a polícia, o documento
falso foi produzido a partir de um modelo encontrado na internet.
Com esse certificado, a mulher solicitou
por e-mail, em outubro de 2017, a emissão de uma segunda via do documento junto
à OAB-PB, conseguindo a inscrição como advogada e a carteira funcional, de
forma totalmente remota.
“A apuração teve início em agosto
deste ano, a partir de Notícia de Fato encaminhada pelo Ministério Público
Estadual para verificar a legalidade da inscrição da advogada na Ordem dos
Advogados do Brasil, seccional da Paraíba (OAB/PB).
As diligências revelaram que a
investigada forjou um certificado de aprovação no exame da OAB datado de 1992 —
23 anos antes de sua própria graduação em Direito, obtida em 2015 — a partir de
um modelo encontrado na internet.
Com o documento fraudado, a
advogada solicitou por e-mail à OAB/PB, em outubro de 2017, a emissão de
segunda via do certificado, obtendo assim sua inscrição como advogada e a
carteira funcional, sem verificação rigorosa e de forma totalmente remota. Consultas
à Fundação Getúlio Vargas não localizaram qualquer aprovação da investigada em
exames de ordem realizados entre 2015 e 2017, e a própria OAB/PB confirmou
posteriormente a fraude documental”, informou o delegado Tiago Viana.
FALSA ADVOGADA REALIZOU 218
ATENDIMENTOS
As investigações apontaram que a mulher
realizou 218 atendimentos a internos do sistema penitenciário capixaba, a
maioria em unidades de segurança máxima.
Entre os presos atendidos estariam
integrantes e lideranças de facções criminosas como Comando Vermelho (CV),
Primeiro Comando da Capital (PCC), Primeiro Comando de Vitória (PCV) e
Associação Família Capixaba (AFC).
À polícia, a falsa advogada confessou ter
fraudado o documento, mas negou participação em organizações criminosas.
“Munida da carteira fraudulenta, a advogada realizou 218 atendimentos a internos do sistema penitenciário capixaba, majoritariamente em penitenciárias de segurança máxima, atuando como intermediária de comunicações entre presos e o exterior, além de protocolar procurações em processos judiciais — dos cinco processos em que atuou, quatro terminaram em desistência. Entre os custodiados atendidos figuram lideranças de facções como Comando Vermelho, PCV, PCC e AFC.
Em interrogatório, a advogada informou ter sido obrigada, mediante ameaças de morte, a se casar com um dos presos e lhe repassar valores de programas sociais, além de atender presos por ele indicados. A investigada afirmou ainda que realizava visitas mediante pagamento”, ainda segundo o delegado.
A mulher disse à polícia que foi obrigada
a se casar com um dos presos, sob ameaças de morte, e atender outros internos
indicados por ele.
Na casa dela, localizada na comunidade de
Campo Acima, em Itapemirim, os policiais apreenderam a carteira falsa da OAB,
bilhetes de detentos e documentos.
“Durante o cumprimento do mandado de
busca e apreensão foram apreendidos na residência da investigada a carteira da
OAB/PB, diversos bilhetes oriundos de internos do sistema prisional e
documentos relacionados à inscrição fraudulenta. A investigada foi interrogada
e confessou a prática da falsificação documental, mas negou ser associação a
facções criminosas”, concluiu.
Ela vai responder pelos crimes de fraude,
uso de documento público falso e participação em organização criminosa.
(Com g1 ES e PC/ES)


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