*Carlos da Costa, futuro secretário de
Emprego, afirma que a população merece saber, se houver, desperdício ou caixa 2
de campanha nas contas
Futuro secretário de Produtividade,
Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, o economista Carlos da
Costa disse que, se encontrar, pretende expor casos de "desperdícios,
opulência, caixa 2 de campanha e uso não republicano" do Sistema
S.
A sua ideia é implementar um processo de
revisão da aplicação dos recursos no governo de Jair Bolsonaro.
Em entrevista ao Broadcast/Estadão, o
secretário disse que daqui a um ano o Sistema S não será o mesmo e que a sua
revisão faz parte do plano de ação da equipe econômica nos primeiros 30 dias de
governo.
Ele adiantou que, com a revisão, as
alíquotas das contribuições feitas pelas empresas poderão ser reduzidas.
"Se tiver opulência, banheiro de
200 metros quadrados de mármore, caixa dois de campanha, isso vai ter de ser
exposto. A população merece saber", disse ele.
Na semana passada, o futuro ministro da
Economia, Paulo Guedes, abriu o debate ao afirmar que em encontro com
empresários, no Rio de Janeiro, que vai dar "uma facada" nos recursos para o Sistema S.
Segundo Costa, desde a elaboração do
plano de governo e mais intensamente nos últimos dias, Guedes tem debatido
internamente na equipe o destino e o papel do Sistema S.
“Muito do que se tem falado recentemente é
fruto dessa conversa. Uma coisa nós já sabemos: daqui a um ano o Sistema S não
será o mesmo. Vai ser diferente porque a sociedade toda busca mudança e quer
que suas instituições se repensem", disse.
Ex-diretor do BNDES, o futuro secretário
de Produtividade destacou que o Custo Brasil é decorrente de impostos e
contribuições compulsórias como é a do Sistema S.
Na sua avaliação, há muitos problemas no
Sistema S que foram se acumulando nos últimos anos com "desperdícios,
exageros", e programas que funcionam bem, mas "outros
que funcionam muito mal".
DESEMPREGO
O diagnóstico inicial é que o desempenho
dentro do Sistema varia muito de entidade e de Estado da Federação.
"A população apertou o cinto. As
empresas enxugaram as suas estruturas, cortaram privilégios, o governo está
tentando se ajustar e o Sistema S não pode continuar com regalias."
Os projetos culturais do Sistema S
também passarão por revisão.
Segundo Costa, há peças de teatro que gastam
recursos muito significativos, muitas vezes com critérios de seleção
desconhecidos.
"Eu pergunto: você acha que o
trabalhador está satisfeito que uma parte que ele podia ter mais emprego vai
para uma peça de teatro que ninguém sabe qual é o critério de escolha?"
(Adriana Fernandes/Terra)
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