sábado, 28 de janeiro de 2023

CHACINA NO DF: VEJA OS ÚLTIMOS DESDOBRAMENTOS E CONHEÇA OS DETALHES DO CRIME

Os assassinatos de 10 pessoas de uma família do Distrito Federal movimentaram a Polícia Civil em dois estados, além do DF, para solucionar a motivação e a autoria dos crimes.

Tudo começou com o desaparecimento da cabeleireira Elizamar da Silva e dos três filhos dela, em 12 de janeiro.
Desde então, cinco pessoas foram presas, e todas as vítimas foram localizadas.
Nesta sexta-feira (26/01), o delegado Ricardo Viana, que investiga o crime, deu detalhes sobre como tudo aconteceu.
QUEM SÃO AS VÍTIMAS DA CHACINA DO DF?
Ao todo, 10 pessoas foram mortas, segundo a polícia.
Todas as vítimas chegaram a ser dadas como desaparecidas, mas os corpos já foram encontrados.
Vítimas:
Elizamar da Silva, 39 anos;
Thiago Belchior, 30 anos, marido de Elizamar;
Rafael da Silva, 6 anos, filho de Elizamar e Thiago;
Rafaela da Silva, 6 anos, filha de Elizamar e Thiago;
Gabriel da Silva, 7 anos, filho de Elizamar e Thiago;
Marcos Antônio de Oliveira, 54 anos, pai de Thiago e sogro de Elizamar;
Renata Belchior, 52 anos, mãe de Thiago e sogra de Elizamar;
Gabriela Belchior, 25 anos, irmã de Thiago e cunhada de Elizamar;
Cláudia Regina de Oliveira, 54 anos, ex-mulher de Marcos;
Ana Beatriz de Oliveira, 19 anos, filha de Cláudia e Marcos.
QUEM SÃO OS SUSPEITOS DO CRIME?
Cinco pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no crime. 
Além disso, um adolescente também é investigado por participar do esquema.
Os detidos:
Gideon Batista de Menezes;
Horácio Carlos Ferreira Barbosa;
Fabrício Silva Canhedo;
Carlomam dos Santos Nogueira;
Carlos Henrique Alves da Silva.
POR QUE A FAMÍLIA FOI ASSASSINADA?
Segundo a Polícia Civil, a família de Elizamar da Silva foi assassinada por causa de uma chácara avaliada em R$ 2 milhões. 
Os sogros e a cunhada da cabeleireira moravam no imóvel.
Segundo a polícia, os suspeitos Gideon e Horácio moravam na chácara, a convite do sogro de Elizamar.
O sogro da cabeleireira tinha uma extensa ficha criminal e conheceu um dos suspeitos na prisão.
As investigações apontam que os suspeitos resolveram matar toda a família para tomar posse do terreno, sem disputas com herdeiros.
Além disso, a polícia acredita que os investigados também queriam R$ 200 mil que foram obtidos por Cláudia Regina com a venda de uma casa.
CRONOLOGIA DO CRIME
A Polícia Civil afirma que a execução do crime começou no dia 28 de dezembro, quando Marcos Antônio, Renata e Gabriela foram rendidos por criminosos.
28 de dezembro:
Segundo a polícia, Carlomam e o adolescente suspeito entraram na chácara da família de Marcos com a ajuda de Gideon.
Eles simularam um assalto.
Durante a ação, Horácio se fez de vítima.
Carlomam estava armado e ameaçou Marcos e Horácio, enquanto Renata e Gabriela estavam dentro de casa.
Marcos reagiu ao "assalto", e acabou sendo baleado na nuca.
Agonizando, Marcos foi enrolado em um tapete e colocado dentro do carro de Gideon.
Depois, Gabriela e Renata foram amordaçadas, vendadas e amarradas. 
Em seguida, as vítimas foram levadas até um cativeiro em Planaltina.
Já no cativeiro, Carlomam, Gideon e Horácio esquartejaram e enterraram o corpo de Marcos Antônio.
4 de janeiro:
No começo do ano, o grupo criminoso executou a parte do plano que envolvia a ex-mulher de Marcos, Cláudia Regina, e a filha dos dois, Ana Beatriz.
O grupo mandou uma mensagem do celular de Marcos para Cláudia, se passando por ele.
Na mensagem, os criminosos ofereceram a ajuda de Gideon, Horácio e Fabrício para uma mudança de casa que estava sendo feita por Cláudia e Ana Beatriz.
Cláudia aceitou a ajuda, e o grupo teve acesso à casa para onde ela estava se mudando com a filha.
Já na residência, Carlomam rendeu Cláudia em uma nova simulação de assalto.
Gideon e Horácio levaram Ana Beatriz até a residência, e Carlomam simulou novamente o assalto.
Segundo a polícia, Gideon e Horácio se fizeram de vítimas mais uma vez.
Mãe e filha foram levadas para o cativeiro de Planaltina, onde já estavam Gabriela e Renata.
12 de janeiro:
Os criminosos elegeram a família do filho de Marcos, Thiago Belchior, como novo alvo do esquema.
Isso aconteceu porque Thiago começou a questionar Gideon e Horácio sobre o paradeiro do pai.
O casal Thiago e Elizamar, além de os três filhos pequenos das vítimas, foram atraídos até a chácara onde os pais de Thiago moravam.
Para convencer a família de ir até a chácara, os criminosos usaram novamente o celular de Marcos Antônio.
Mais uma vez, Carlomam simulou um assalto assim que a família chegou ao local. Desta vez, o grupo contou com a ajuda de Carlos Henrique Alves da Silva.
Thiago foi amordaçado e amarrado para ser levado ao cativeiro de Planaltina.
Elizamar e as crianças foram levadas para Cristalina (GO) no carro da cabeleireira.
Lá, as vítimas foram mortas, e os criminosos incendiaram o veículo com os corpos dentro.
14 de janeiro:
No cativeiro, as vítimas foram ameaçadas o tempo todo para fornecer informações bancárias.
O suspeito Fabrício Silva Canhedo era responsável por cuidar dos reféns, segundo a polícia.
No dia 14, os criminosos resolveram assassinar Renata e Gabriela.
Mãe e filha foram levadas até Unaí (MG) em um carro que pertencia a Marcos.
Renata e Gabriela foram mortas.
O veículo em que elas estavam também foi incendiado com os corpos dentro.
15 de janeiro:
O grupo resolve executar as três vítimas que ainda eram mantidas sob cárcere.
Thiago, Cláudia Regina e Ana Beatriz foram mortos por Carlomam, segundo a polícia.
Para assassinar as vítimas, o suspeito usou uma faca.
Os corpos foram jogados em uma cisterna, na área rural de Planaltina.
O local fica a cerca de 5 km do cativeiro onde as vítimas foram mantidas.
O QUE ACONTECE AGORA?
Com o crime elucidado e os suspeitos presos, agora a Polícia Civil deve concluir o inquérito e encaminhar o caso para o Ministério Público, que poderá oferecer denúncia à Justiça para que os investigados sejam julgados.
COMO DEVE SER FEITO O INDICIAMENTO?
Segundo a polícia, os seis envolvidos nos crimes tiveram papéis diferentes no esquema.
De acordo com a polícia, Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa e Carlomam dos Santos Nogueira eram os principais articuladores dos crimes.
Fabrício Silva Canhedo era responsável por cuidar das vítimas que ficavam no cativeiro.
Carlos Henrique Alves da Silva entrou no esquema mais tarde e participou do sequestro e da morte de Thiago.
Já o adolescente investigado foi chamado para participar da primeira parte do crime, quando Marcos Antônio foi morto e Renata e Gabriela foram sequestradas.
Segundo o delegado Ricardo Viana, o adolescente teria desistido de participar do esquema por causa da crueldade do crime.
POR QUAIS CRIMES OS SUSPEITOS VÃO RESPONDER?
A polícia informou que deve indiciar Gideon, Carlomam, Horácio e Fabrício – considerados os principais envolvidos – pelos seguintes crimes:
*Ocultação/destruição de cadáver;
*Extorsão mediante sequestro com resultado morte;
*Homicídio qualificado (5 vezes);
*Latrocínio;
*Associação criminosa qualificada;
*Corrupção de menor qualificada.
Demais envolvidos:
Carlos Henrique deve responder pelo crime de homicídio, enquanto a responsabilização do adolescente será decidida pela Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA I), na Asa Norte, segundo a polícia.
QUANTOS ANOS DE PRISÃO OS SUSPEITOS PODEM PEGAR?
Somadas, as penas dos quatro principais suspeitos podem variar entre 190 e 340 anos de prisão, segundo a polícia.
(Por Wesley Bischoff e Iana Caramori, g1 DF)

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