O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB)
manteve a condenação de três acusados por um golpe milionário envolvendo o
cultivo de hortaliças na Paraíba.
O julgamento de um recurso da defesa após
a condenação aconteceu na Câmara Criminal, nesta terça-feira (23/09), em João
Pessoa.
O dono da empresa, Jucélio Pereira, a
sócia-administradora, Priscila dos Santos, e o diretor financeiro, Nuriey de
Castro, foram condenados por estelionato e organização criminosa por um esquema
que era operado por meio da empresa Hort Agreste, localizada em Lagoa Seca, na
região Agreste da Paraíba, onde os investidores não recebiam os rendimentos
prometidos.
No voto do relator do caso, o
desembargador Joás de Brito, ele apontou que a decisão do magistrado Geraldo
Emílio Porto, em maio, se baseou em elementos que "não deixaram dúvidas
sobre um esquema de pirâmide" com participação dos acusados.
O desembargador João Benedito, o outro que
votou na sessão, seguiu integralmente e sem acréscimos o voto do relator.
O relator também afastou outras questões
pedidas pela defesa.
Os advogados de Jucélio e de Priscila e
Nuriey afirmavam que a Justiça da Paraíba não deveria julgar o caso que se
enquadraria na jurisdição federal, devendo ser analisado por tribunais
federais.
O desembargador Joás disse que como não
houve prejuízo para autarquias públicas, nem crimes contra o sistema financeiro
nacional, essa responsabilidade era do juízo paraibano.
A defesa também afirmou que houve
cerceamento dos advogados durante todas as fases do processo por não haver
debate no que se refere a pauta do readequamento do crime de estelionato
qualificado para estelionato comum.
Os desembargadores negaram a alegação.
Outro ponto levantado pelas defesas era a
absolvição do crime de organização criminosa, também negado.
Com a decisão, Jucélio Pereira e Nuriey
Castro seguem presos pelos crimes julgados, enquanto Priscila dos Santos
responde em liberdade enquanto o processo tramitar com recursos.
O GOLPEO empresário Jucélio Pereira de Lacerda
foi preso na zona rural de Lagoa Seca, região de Campina Grande, por suspeita
de estelionato qualificado e formação de quadrilha, em um esquema de
investimentos em cultivo de hortaliças hidropônicas em que ele não efetuava os
retornos prometidos.
Segundo as investigações, o suspeito
possui uma fazenda de cultivo de hortaliças hidropônicas, que são vegetais
plantados na ausência de solo, apenas com água e nutrientes necessários.
O golpe causou um prejuízo de cerca de “120
milhões de reais”.
Ele oferecia investimentos nesse cultivo,
com a justificativa de que a manutenção do plantio é cara, e prometia em troca
lucros acima da realidade do mercado financeiro.
Quando chegava a época de o investidor
começar a receber seus retornos financeiros, os pagamentos não eram efetuados.
O g1 teve acesso a um boletim de
ocorrência feito por uma das vítimas do golpe contra o empresário.
Segundo a denúncia, foram prometidos
rendimentos mensais de 7% para Tomate Tipo 1 durante 12 meses e 10% para Tomate
Tipo 2 durante 24 meses.
Após os prazos informados, o investidor
teria acesso ao percentual de 30% a título de participação nos lucros.
O denunciante alega que investiu e
realizou o pagamento de mais de “180 mil reais” em outubro de 2023, mas desde o
dia 15 de novembro (daquele ano) não vem recebendo seus pagamentos.
Conforme relato das vítimas, Jucélio
prometia também uma "invenção mágica" para os investidores, que
garantiria a produção das hortaliças em um tempo recorde, nunca visto antes.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB)
denunciou, em fevereiro deste o ano, o casal Jucélio Pereira e Priscila Santos,
donos da empresa Hort Agreste.
Nuriey Francelino de Castro, que em um
documento aparece como parceiro comercial de Jucélio e Priscila, também foi
denunciado.
Os três envolvidos respondem por estelionato majorado.
Os três acusados viraram réu ainda no mês
de fevereiro.
(Do g1 PB)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.